Como é celebrado o Natal pelo mundo

A celebração do Natal no Brasil comumente acontece na véspera, no dia 24 de dezembro. Famílias e amigos se reúnem com uma ceia farta e festa noite adentro, como uma forma de marcar a união e a esperança. No entanto, algumas tradições que pensamos ser mundiais, são apenas tipicamente brasileiras, e em outros países podem parecer estranho. O contrário, porém, também pode acontecer. Para conhecer um pouco sobre a celebração do Natal em outros países, o LeiaJá conversou com algumas pessoas que moram em outras partes do globo. 

França 

É o caso, por exemplo, de Isabel Barros, que mora na França há mais de dez anos e conta que seu maior choque cultural foi logo em seu primeiro Natal. Seu padrasto havia garantido uma ceia natalina “tipicamente francesa”, e ela descobriu que a ceia francesa no Natal é repleta de ostras, foie gras (patê de fígado de ganso, iguaria típica do país), além de diversos tipos de queijos. “Para mim foi um choque cultural porque eu podia esperar qualquer coisa, mas eu não esperava que ostra fosse das comidas que se comesse como prato principal na ceia de Natal”, relembra. 

Isabel está no doutorado em História da Arte, e pontua que uma das coisas que mais gosta do Natal francês são os chamados “mercados de Natal”, feiras ao ar livre que são instaladas por todo o país, com o intento de vender os mais variados produtos relacionados à data. As feiras, na verdade, são uma cidade cenográfica, com casas no estilo medieval de construções europeias. “Cada casinha é de um produtor local, ou um artesão. E vendem de tudo: salsicha, linguiça, perfume, bijuteria”, lista. 

Decoração em Strasbourg, na França. Foto: Cortesia

Ela conta ainda uma curiosidade sobre os mercados de Natal espalhados pelo país. As maiores estruturas do tipo ficam localizadas na região da Alsácia, que faz fronteira com a Suíça e a Alemanha. Outra coisa que a deixa encantada é o fato de que as árvores de Natal na França são árvores de verdade, diferente do Brasil, onde os enfeites para as casas são feitos de plástico. 

Hungria 

O leste europeu também conta com tradições e costumes típicos, que tornam a experiência em cada local única. Para a húngara Fatma Kolak, natural da cidade de Pécs, a cerca de 200 km de Budapest, a celebração natalina é especial por algumas lembranças de sua infância. Ela conta que há outras datas natalinas importantes, como o 6 de dezembro, dia de São Nicolau, que deu origem à história do Papai Noel. Na tradição, ela conta que os presentes são depositados dentro das meias, mas apenas se elas estiverem limpas, “e se você foi bom durante todo o ano”, complementa. 

Natal em Pécs. Foto: Cortesia

Em relação aos ornamentos, um clássico de sua cultura são as guirlandas do advento, que possuem quatro velas. Cada vela deve ser acesa em um domingo que antecede o Natal. “Tradicionalmente, há três velas roxas e uma rosa, cada uma é acesa para trazer esperança, paz, alegria e amor. Isso comumente acontece em famílias não-religiosas também”, explica. 

Já em relação às ceias, Fatma pontua que os húngaros comem tão bem quanto os brasileiros. Geralmente a mesa da ceia de Natal conta com diversos pratos com peixe, repolho recheado com carne moída e arroz, considerada por muitos como a “comida dos deuses”.  

Alemanha 

A jornalista Nicole Simões mora há cinco anos na Alemanha, e já notou alguns costumes diferentes no Natal de lá do Natal brasileiro. A principal delas, que para ela foi um choque, é a ceia natalina, que conta com pratos simples, sem grandes elaborações. “Então, o que eles costumam fazer, geralmente, é um pato com repolho roxo e umas bolinhas de batata. É um dos pratos mais típicos, e é só isso o jantar”, resume. 

Nicole Simões. Foto: Cortesia

Para além das diferenças, Nicole pontua que as tradições do Natal alemão são marcadas por diversas celebrações, desde novembro. Os mercados de Natal, assim como na França, são um evento a parte, e garantem a diversão e o encontro entre amigos e familiares. Outra tradição que ela lembra é o calendário do advento, dura 24 dias, começando no dia 1º de dezembro. O elemento consiste em 24 pequenos presentes para serem abertos um por dia até o dia do Natal. 

Ela conta ainda um fato importante para entender as tradições de Natal ao redor do mundo. Apesar de características únicas de cada país e cada região, a maioria delas teve origem na Alemanha. “Se você for pesquisar, você vai descobrir que o mercado de Natal surgiu na Alemanha, o calendário do advento surgiu na Alemanha”, disse. 

“Tem muitas histórias do Natal que o mundo hoje conhece e que começaram aqui”, complementa. 

Peru 

Já na América Latina, as tradições natalinas se parecem mais com as brasileiras, mas ainda há alguns detalhes que destoam. É o que explica Camila Diles, professora de matemática que mora na capital, Lima. Para ela um grande choque cultural foi o fato de que, na véspera de Natal, ao se reunir com familiares, as pessoas não têm o costume de comprar roupas novas. “Eles simplesmente se vestem com o que tem para ir comemorar o Natal”, diz. 

Camila Diles (direita) e Sandra Ramirez (esquerda), sua esposa. Foto: Cortesia

“Outro costume é que geralmente quem vai, leva vários presentes, tanto para as crianças quanto para os adultos, e vão distribuindo à meia-noite para todos”, complementa. 

Uma das coisas mais marcantes para Camila é o fato de que no Peru, familiares se reúnem e celebram a data na casa de alguém mais velho. Apesar da semelhança com o Brasil, algumas coisas ela observa que só acontecem em terras tupiniquins. “Não é muito comum ficar até amanhecer, e geralmente não tomam tanto álcool. Enquanto no Brasil a gente faz uma mesa cheia de comida e cada um vai se servindo e vão comendo, aqui cada um recebe seu prato de jantar, que é uma eleição que fazem de qual será o jantar do Natal”, explica, por fim.

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