População se manifesta contra aumento das passagens no Recife

O aumento das passagens de ônibus na região metropolitana do Recife, que começou a valer a partir do dia 5 de janeiro, pegou muitas pessoas de surpresa, principalmente os que dependem do transporte coletivo para se locomover. Nesta quinta-feira (23), o Cais de Santa Rita, no bairro de São José, centro da capital pernambucana, foi palco de uma manifestação de organizações da sociedade civil, que tentou levar o debate ao público.

O manifesto, organizado pelo Movimento Passe Livre, em parceria com outros coletivos, como o Fórum de Mulheres de Pernambuco, reuniu um pequeno público com faixas e bandeiras. Algumas das palavras de ordem entoadas pelos participantes eram: “Um, dois, três, quatro, cinco, mil, abaixa a tarifa ou paramos o Brasil!”.

Cartazes se fizeram presentes no ato. Foto: Rachel Andrade/LeiaJá

Após a concentração, o grupo seguiu em caminhada até o Palácio do Campo das Princesas, no bairro de Santo Antônio. A passeata simbólica buscou chamar a atenção da governadora Raquel Lyra (PSDB), que dialoga diretamente com o Grande Recife Consórcio.

Decisão não teve participação pública

Um dos integrantes do movimento Passe Livre, que se identificar pelo nome de José, explicou que a decisão pelo aumento das passagens de ônibus, que aconteceu no apagar das luzes de 2024. “Todo mundo já em clima de festa as pessoas já com suas famílias confraternizando. E aí, de maneira covarde, o governo estadual, junto com o Conselho Superior do Transporte Metropolitano, realizou essa reunião que a gente não teve acesso às atas, totalmente antidemocrático”, disse.

Apesar do movimento ter acontecido no centro do Recife, no meio da tarde, a adesão da população foi baixa. No entanto, José conta que o público geral enxergou com bons olhos manifestações realizadas em outros terminais do Grande Recife. Já aconteceram atos nos terminais de Xambá, em Paulista, Macaxeira, e Estação Central, ambos no Recife. “Foi muito positiva a resposta, tá todo mundo indignado. A gente vê as pessoas às vezes desamparadas, sem ter a quem recorrer, apelando para a fé, como sempre, e sempre que a gente tenta incendiar essa fagulha a resposta é sempre positiva”, resume.

Público não participa do ato, mas aprova

Uma das pessoas que presenciou a concentração do ato foi Leandra Carvalho, de 38 anos. A bibliotecária, moradora do bairro de Jardim São Paulo, na Zona Oeste do Recife, confirmou a indignação com o aumento das passagens no início do ano. “é uma coisa que você fica horrorizada, né? Porque aumento de salário, que é bom, não tem e sempre essa exploração. Toda vez que acontece essa situação, assim, uma greve [por exemplo], sempre sobra pra gente. Então é bem triste isso, eu fico triste”, comentou.

Fórum de Mulheres de Pernambuco se manifesta

Entre as entidades presentes no manifesto, o Fórum de Mulheres de Pernambuco participou ativamente. De acordo com a representante Lara Buitron, as mulheres são um dos principais alvos do aumento das passagens. “A gente entende, dentro do Fórum, que os aumentos de passagem pesam muito mais no bolso das mulheres pobres, negras e faveladas do que do resto da população. Que são mulheres que já vêm com uma vida precarizada pelo Estado”, afirma.

Lara exemplifica ainda que a mulher, por ter que assumir mais responsabilidades, acabam sofrendo mais com o aumento dos encargos. “São essas mulheres que levam as crianças para escola, que cuidam dos idosos, e que precisam estar em trânsito, entre hospitais, postos de saúde”, comentou, por fim.

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