Catarinense participa de indicação de ‘Ainda Estou Aqui’ ao Oscar e vê chances reais de prêmio

A cineasta catarinense Cíntia Domit Bittar participou do processo de escolha que indicou o filme “Ainda Estou Aqui” ao Oscar 2025. Ela compôs a comissão da Academia Brasileira de Cinema que selecionou a obra nacional e, nesta entrevista exclusiva ao ND Mais, Cíntia fala sobre as “chances reais” de premiação.

Cineasta catarinense integrou comissão que escolheu "Ainda Estou Aqui" como obra brasileira para corrida ao Oscar

Cineasta catarinense Cíntia Domit Bittar integrou comissão que escolheu “Ainda Estou Aqui” como obra brasileira para corrida ao Oscar – Foto: Divulgação/ND

Os concorrentes nas 23 categorias do Oscar foram divulgados nesta quinta-feira (23). O filme brasileiro dirigido por Walter Salles foi indicado em três categorias: Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz.

Esta é a primeira vez, desde 1986, que um filme nacional concorre na principal categoria da premiação. Já a protagonista Fernanda Torres, vencedora do Globo de Ouro, foi indicada ao prêmio de Melhor Atriz pelo papel de Eunice Paiva.

Catarinense participou de comissão que escolheu ‘Ainda Estou Aqui’ como representante brasileiro ao Oscar

Em setembro de 2024, uma comissão da Academia Brasileira de Cinema selecionou a obra nacional que participaria da corrida ao Oscar. O grupo foi formado a partir de uma votação interna. A catarinense Cíntia Domit Bittar esteve entre as mais votadas e integrou a comissão.

Cineasta Cíntia Domit Bittar

Cíntia Domit Bittar destaca que é muito importante a representação brasileira em uma grande premiação internacional – Foto: Daniel Becker/Divulgação ND

Cíntia afirma que enxergou em “Ainda Estou Aqui” características muito competitivas, o que a levaram a votar na obra. “O filme despontou como favorito em festivais, temos o Walter Sales, um cineasta brasileiro muito conhecido. Fernanda Montenegro no elenco e a protagonista, filha dela, a Fernanda Torres. É uma narrativa muito simbólica, muito forte”, explica.

Por esses fatores, a cineasta catarinense considerou o filme como uma escolha forte para a corrida ao Oscar. “Tinha esse fôlego, com condições financeiras e estratégicas para seguir na corrida. Além do valor artístico e principalmente do tema abordado, que é muito importante, da ditadura militar e do rompimento da democracia”, analisa a cineasta

A importância da volta ao Oscar após 39 anos

Esta não é a primeira vez que um filme brasileiro aparece na lista de indicados ao Oscar de Melhor Filme, considerada principal categoria da premiação. A última vez foi em 1986, quando Hector Babenco dirigiu a produção transnacional “O Beijo da Mulher Aranha”.

Cíntia destaca a importância da representação brasileira em uma grande premiação internacional. “Muitas pessoas, quando questionadas sobre um festival de cinema, especialmente internacional, vão lembrar do Oscar, dos prêmios. Então, é muito importante estarmos nessa posição”.

Fernanda Torres, vencedora do Globo de Ouro, concorre ao Oscar na categoria de melhor atriz – Foto: Reprodução/ND

A cineasta ainda relata que a corrida ao Oscar se torna um grande desafio pelo tamanho da campanha necessária para que uma obra chegue até a premiação.

“É preciso convencer a Academia do Oscar a assistir ao filme e votar nele. Precisa de uma campanha intensa. Eu via que ‘Ainda Estou Aqui’ tinha plenas condições de fazer uma campanha robusta, especialmente na boa fase que o Brasil vive com sua imagem internacional”, revela a catarinense.

As possibilidades de ‘Ainda Estou Aqui’ no Oscar 2025

Sobre as chances de vencer alguma das três categorias nas quais a obra concorre, Cíntia considera que há chances reais. “Não vou ficar chutando em qual categoria, mas acredito que temos chances. Estamos lá, entre os indicados, nossas chances são muito palpáveis”, afirma.

Para a cineasta, a conquista de uma estatueta do Oscar pelo Brasil teria grande representatividade. “A trajetória do filme já basta, mas que isso também siga resgatando a torcida da sociedade pelo cinema brasileiro. Espero que ‘Ainda Estou Aqui’ abra os corações e mentes de todos para a importância que tem a indústria do cinema no Brasil”, finaliza.

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