Pesquisa revela que líderes de PMEs do Sul enfrentam solidão na gestão: 98% executam tarefas cotidianas e operacionais na empresa e têm pouco tempo para inovar ou estar com a famíl

A maioria dos líderes das pequenas e médias empresas da região Sul têm a intenção de expandir seu negócio no próximo ano. É o que apontam 57% dos entrevistados da pesquisa “Cabeça de Dono”, do Itaú Empresas, realizada pelo Instituto Locomotiva. No entanto, a região está entre as que sentem a complexidade de enfrentar desafios como cenário externo e concorrência, e crescimento e inovação, com 92% dos empreendedores e empreendedoras respondendo ter alguma ou muita dificuldade em ambos.

 

“O Sul em geral tem apresentado ótimos resultados de crescimento econômico e o potencial continua enorme. Individualmente, cada um dos três estados da região apresentam desafios únicos, mas também mostram resiliência, seguindo com resultados positivos no PIB do primeiro semestre. Apesar disso, questões locais, somadas aos desafios pesquisados, à necessidade de uma gestão multitarefa comum entre as PMEs e à falta de tempo, podem restringir o crescimento dessas empresas”, avalia Antonio Rafael Souza, diretor estratégia para PMEs do Itaú Unibanco.

 

Outro ponto bastante comum entre esses empreendedores é que, uma vez que estão constantemente tentando ‘equilibrar os pratos para não deixar nada cair’, não conseguem buscar por uma especialização ou por ajuda em rede de apoio. De acordo com dados do estudo, 45% dos líderes sulistas assumem sozinhos decisões estratégicas da empresa em ao menos uma área, enquanto no Brasil esse índice é de 37%. Também no Sul, 41% dos empresários ouvidos chegam a ser os únicos responsáveis pela execução das tarefas operacionais e cotidianas. Geralmente, eles estão mais envolvidos com os temas ligados ao comercial, entrando um pouco menos nos assuntos especializados, como jurídico e tecnologia da informação.

 

A pesquisa inédita, realizada entre julho e agosto, ouviu 1001 homens e mulheres líderes de pequenas e médias empresas com faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 50 milhões, nas cinco regiões do Brasil*. Ela traz um panorama sobre as necessidades e desafios enfrentados pelas PMEs, com o objetivo de jogar luz a um segmento tão importante para a economia. Isso porque as PMEs são responsáveis por 30% do PIB e geram 50% dos empregos ativos**, impactando potencialmente mais de 80 milhões de brasileiros.

 

“Os dados mostram que, além de decisões mais relacionadas ao seu negócio, os empreendedores e empreendedoras também precisam tomar decisões e executar outras funções – incluindo financeiras, operacionais e outras áreas técnicas, que demandam conhecimento específico. Isso reforça como eles estão sobrecarregados e o tamanho do desafio que é manter suas empresas progredindo, ao se verem com a responsabilidade por tantos setores que demandam habilidades diversas – e que se acumulam e evoluem conforme as empresas crescem”, contextualiza Souza.

 

“Os empreendedores geralmente são multitarefas, ou seja, pensam em toda a gestão do seu negócio, que é o que se espera de um líder, mas também se envolvem nas tarefas do dia a dia, colocam a mão na massa, e muitas vezes como é possível ver na pesquisa, em mais de uma área. Basicamente é como se ele fosse o CEO, CFO, diretor de marca, e muitas vezes até o office boy da sua empresa. Tudo isso impacta diretamente na falta de tempo para inovar, pensar em novos produtos, impacta ainda sua relação com a família, os cuidados com a saúde. A boa notícia é que o empresário brasileiro é um otimista, que segue esperançoso e empolgado com o futuro e quer expandir seu negócio”, explica Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva.

 

Esse otimismo em relação ao momento atual e ao futuro de seu negócio é confirmado na pesquisa: 80% dos líderes das PMEs da região Sul afirmam estar esperançosos, mais que o restante do país (75%).

 

Desafios e impacto na vida pessoal 

A pesquisa revela ainda outras demandas que, caso fossem endereçadas de forma estratégica – com um apoio externo ou de especialistas, por exemplo – poderiam fortalecer os negócios e seus donos. Além da sobrecarga interna, 76% dos líderes das PMEs do Sul acreditam que a região onde suas empresas estão localizadas recebe menos incentivos e apoio para se desenvolver em comparação a outras no país. Outro exemplo é a necessidade por troca de informação: 62% deles apontam que gostariam de poder dialogar mais com outros empresários e gestores para compartilhar experiências, dificuldades e soluções.

 

O estudo “Cabeça de Dono” avaliou também como os pequenos e médios empresários se sentem em relação à rotina de trabalho e como isso afeta suas vidas: 66% dos empreendedores da região gostariam de ter mais tempo com a família, enquanto 56% já enfrentaram alguma situação financeira adversa na vida pessoal por causa da empresa, e 52% já tiveram problemas de saúde relacionados à rotina de trabalho.

 

“O potencial das PMEs pode gerar um impacto muito grande no Brasil e precisa ser melhor aproveitado. A perspectiva de crescimento poderia ser maior se eles tivessem apoio especializado para gerir de forma assertiva e sustentável. Vemos isso no nosso dia a dia com os clientes, e eles relataram essa identificação com os resultados da pesquisa. Esse olhar próximo foi o que nos levou a nos estruturar nos últimos anos, oferecendo um diferencial importante de planejamento e assessoria – atuando como um time estendido de cada empresa. Sabemos que isso tem um grande potencial de liberar tempo dos empreendedores e atenuar o peso de tomarem as decisões sozinhos, permitindo que eles foquem, com mais qualidade, no que é mais importante, em suas empresas e em suas vidas pessoais”, explica o diretor do Itaú Unibanco.

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