Festival Transamazônico de Cinema abre inscrições para oficina gratuita no AC com atriz premiada


Festival Internacional de Cinema Transamazônico chega a Rio Branco no dia 25 de fevereiro e se estende até dia 27. Além da oficina, festival traz sessões com longas e curtas-metragens premiados. As 30 primeiras pessoas a se inscreverem serão selecionadas. Kika Sena oferta oficina durante chegada do Festival Transamazônico em Rio Branco
Cedida
Após estrear em Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, no último sábado (15), o Festival Internacional de Cinema Transamazônico chega à capital acreana com uma programação totalmente gratuita. Do dia 25 a 27 de fevereiro, o Cine Teatro Recreio vai exibir longas e curtas-metragens premiados sobre a comunidade LGBTQIAPN+. Além disso, uma oficina com a atriz e diretora Kika Sena será ofertada.
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A oficina trata da presença de profissionais trans e travestis no cinema brasileiro. Para se inscrever, os interessados devem acessar um formulário. As 30 primeiras pessoas serão selecionadas para a formação, que deve ocorrer na Sala 2 do Bloco de Artes Cênicas da Universidade Federal do Acre (Ufac), na próxima quarta-feira (26), a partir das 14h.
Kika Sena, que compõe a equipe de curadoria do Festival Transamazônico, se consagrou como a primeira atriz trans a receber o Troféu Redentor de Melhor Atriz no Festival do Rio por sua interpretação como a protagonista do filme “Paloma”, longa que será exibido no Cine Teatro Recreio.
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O Festival Transamazônico é um projeto aprovado pela Lei Paulo Gustavo (LPG), por meio da Fundação Elias Mansour (FEM), com financiamento do governo do Acre e Ministério da Cultura (MinC).
Idealizado pelo produtor cultural Moisés Alencastro, o festival tem programação gratuita. A curadoria contou com profissionais do universo do audiovisual, com longas e curtas-metragens que abordam temáticas LGBT+.
O Festival propõe um diálogo sobre a presença de profissionais trans e travestis na indústria cinematográfica brasileira e a importância da inclusão e como fortalecer esse protagonismo nas telas. A programação completa está disponível no @festivaltransamazonico, no Instagram.
Festival Transamazônico estreou em Cruzeiro do Sul
José Vitor
Conheça Kika Sena
Kika Sena é natural de Marechal Deodoro, em Alagoas (AL), mas se apaixonou pelo Acre em 2019, quando veio gravar o filme Noites Alienígenas, e não quis mais ir embora. Ela mora na capital Rio Branco, é casada com uma mulher e tem um filho.
O amor pelo cinema e a arte começou no período escolar de Kika Sena. Ela participou de um grupo de teatro do colégio, se apaixonou e decidiu ser atriz quando terminasse a escola. Com a paixão pelo teatro, decidiu cursar artes cênicas na Universidade de Brasília (UNB). Ela se formou em 2018.
Foi nesse ano que surgiu o teste para encontrar uma atriz trans para o filme Paloma, do diretor Marcelo Gomes. Kika fez o teste e ganhou o papel principal. O longa conta a história de uma mulher trans que trabalha como agricultora no sertão de Pernambuco e sonha em casar na igreja, mas é impedida pelo padre. Persistente, Paloma vai em busca do seu sonho.
“Tive muita sorte, sou uma pessoa de muita sorte no cinema. Sempre encontro pessoas muito generosas, é muito bom você ser uma atriz que está se inserindo no cinema e encontra pessoas generosas. Minha formação, com certeza, ajudou bastante. Cinema e teatro não são coisas que fazemos só. Precisa muito das outras pessoas”, confessou.
Ela fez ainda mestrado na área de teoria e prática das artes cênicas, na Universidade Federal do Acre. É pesquisadora de gênero, sexualidade, raça e classe. Desde 2015, desenvolve estudos relacionados à voz e palavra em performance com cunho político referente ao corpo da mulher “trans” e travesti na cena teatral e social brasileira.
Em 2017, lançou o livro “Periférica”, pela Padê Editorial, antecedido por “Marítima”, publicação independente. Em 2019, publicou o zine “Subterrânea” e dirigiu o espetáculo “Transmitologia” (DF). No ano seguinte, “DesQuite” (AC), numa parceria com As Aguadeiras. Mais recentemente, atuou em “Ovelha Dolly” (AC), dirigido por Sarah Bicha.
Moisés Alencastro é o idealizador do Festival
José Vitor
3° Festival Internacional de Cinema Transamazônico estreia no interior do Acre
VÍDEOS: g1
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