OEA diz não reconhecer resultado das eleições na Venezuela


Organização dos Estados Americanos divulgou relatório no qual aponta suspeitas de que governo Maduro distorceu resultado do pleito realizado no domingo (28). Manifestantes queimam banner durante protesto em Caracas, no dia 30 de julho de 2024, um dia após a eleição presidencial na Venezuela
Yuri Cortez/AFP
A Organização dos Estados Americanos (OEA) afirmou nesta terça-feira (30) não reconhecer o resultado das eleições anunciado pela Justiça eleitoral venezuelana e que indicam vitória do presidente do país, Nicolás Maduro.
Em relatório feito por observadores que acompanharam o pleito, realizado no domingo (28), a OEA diz haver indícios de que o governo Maduro distorceu o resultado.
Um dos principais, segundo o documento, foi a demora na divulgação dos resultados apesar de o país ter urnas eletrônicas. O texto afirma também ter havido relatos de “ilegalidades, vícios e más práticas”.
O relatório concluiu que o Centro Nacional Eleitoral (CNE), a principal autoridade eleitoral da Venezuela e comandada por um aliado do governo venezuelano, proclamou Maduro como vencedor sem apresentar os dados para comprovar o resultado e afirmou que os únicos números divulgados em canais oficiais revelam “erros aritméticos”.
“Mais de seis horas após o encerramento da votação, o CNE fez um anúncio (…) declarando vencedor o candidato oficial, sem fornecer detalhes das tabelas processadas, sem publicar a ata e fornecendo apenas as porcentagens agregadas de votos que as principais forças políticas teriam recebido”, diz o texto.
O relatório da OEA também afirmou que o regime venezuelano aplicou “seu esquema repressivo” para “distorcer completamente o resultado eleitoral”.
“Ao longo de todo este processo eleitoral assistimos à aplicação por parte do regime venezuelano do seu esquema repressivo complementado por ações destinadas a distorcer completamente o resultado eleitoral, colocando esse resultado à disposição das mais aberrantes manipulações”.
Na segunda-feira (29), nove países da América Latina pediram uma reunião de emergência da OEA para discutir o resultado divulgado pelo CNE.
No documento, publicado em conjunto por Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai, os países “manifestam profunda preocupação com o desenvolvimento das eleições presidenciais” na Venezuela e exigem uma “revisão completa dos resultados com presença de observadores eleitorais independentes que assegurem o respeito à vontade do povo venezuelano que participou de forma massiva e pacífica”.
Nesta terça, Brasil, México e Colômbia devem divulgar uma declaração conjunta cobrando a divulgação das atas eleitorais por parte do governo.
A oposição venezuelana contestou o resultado e acusou o CNE de fraude.
Esta reportagem está em atualização.
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