Desmatamento da Amazônia sobe 68% em janeiro, com 133 km² de floresta destruídos

O desmatamento na Amazônia Legal aumentou 68% em janeiro de 2025 em comparação ao mesmo período do ano anterior, alcançando 133 km² de floresta destruída. Essa é a sexta maior área desmatada para o mês na série histórica, representando uma média de mais de 400 campos de futebol devastados por dia, segundo dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

A expansão da destruição florestal demonstra uma crescente pressão sobre a Amazônia e evidencia a necessidade de reforço na fiscalização.

Para conter esse avanço, medidas como o aumento das operações contra crimes ambientais e o fortalecimento de políticas de conservação são consideradas essenciais, destaca a pesquisadora do Imazon, Larissa Amorim.

Os dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon apontam que o estado do Mato Grosso liderou a destruição em janeiro de 2025, concentrando 45% do total registrado. Em seguida, aparecem Roraima, com 23%, e o Pará, com 20%.

Segundo o Imazon, esses três estados responderam por 88% do desmatamento detectado no período. Entre os municípios mais afetados, seis dos dez que mais desmataram estão no Mato Grosso, dois em Roraima e um no Pará.

Outro ponto de preocupação está na destruição de áreas protegidas. No Amazonas, apesar de ser o quinto estado com maior índice de desmatamento, grande parte da perda florestal ocorreu dentro de unidades de conservação.

Além disso, sete das dez terras indígenas mais afetadas estão total ou parcialmente dentro de Roraima, revelando a vulnerabilidade dessas áreas. A destruição nessas regiões compromete diretamente a sobrevivência dos povos indígenas, afeta a biodiversidade e prejudica a regulação climática, ressaltou Larissa Amorim.

A degradação florestal, caracterizada pela perda parcial da vegetação devido a queimadas e extração madeireira, também apresentou aumento expressivo, atingindo 355 km² em janeiro de 2025.

Esse território supera a área da cidade de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, e é 21 vezes maior que o registrado no mesmo período do ano passado. O volume é o terceiro maior da série histórica para o mês, ficando atrás apenas de 2015 (389 km²) e 2011 (376 km²).

O Pará e o Maranhão foram os estados que mais sofreram com essa degradação, concentrando 86% das áreas afetadas. O município de Prainha, no norte do Pará, liderou o ranking, com 67 km² de floresta degradada, o equivalente a 6.700 campos de futebol. No total, dez municípios, cinco no Pará e cinco no Maranhão, registraram os maiores índices de degradação florestal.

Em janeiro, a presença de degradação foi detectada em oito unidades de conservação na Amazônia, distribuídas entre o Pará, Maranhão, Rondônia, Amapá, Amazonas, Mato Grosso e Roraima. Entre as mais impactadas está a Reserva Biológica do Gurupi, com 50 km² afetados.

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Além das UCs, sete terras indígenas sofreram degradação, sendo a mais atingida a Terra Indígena Alto Turiaçu, no Maranhão, com 69 km² impactados.

Apesar do cenário preocupante, a tendência é que os números diminuam nos próximos meses devido à época chuvosa, período em que as atividades de desmatamento costumam ser menos intensas.

No entanto, o pesquisador do Imazon, Carlos Souza Jr., enfatiza a importância de aproveitar esse intervalo para intensificar as ações preventivas e o planejamento estratégico, evitando um novo avanço da destruição quando chegar o período seco.

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