Foliã denuncia policiais militares após ser agredida no Carnaval de Olinda

A publicitária Leila Perci Lucena de Almeida, de 39 anos, foi vítima de agressão enquanto curtia o Carnaval de Olinda, no último sábado (1º). Segundo o relato da foliã, ela foi agredida por policiais militares após entrar, sem perceber, no cordão de isolamento do bloco do Homem da Meia Noite, um dos mais tradicionais da festa em Pernambuco. Leila teria sido empurrada e atingida com um cassetete na cabeça, costas e braços. A mulher precisou passar por sutura em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e levou três pontos na cabeça.

Além de Leila, um amigo que a acompanhava e tentou defendê-la também foi agredido. A vítima registrou um boletim de ocorrência na Delegacia do Varadouro e também passou por um exame de corpo de delito no Instituto de Medicina Legal (IML) de Santo Amaro, no Recife. A Polícia Civil de Pernambuco (PC-PE) acompanha o caso, mas ainda não tem registro de ocorrência da segunda vítima.

Em vídeo, a publicitária relatou que, após notar que estava dentro do cordão, foi abordada de forma agressiva por um policial. “No empurra-empurra, eu acabei entrando para dentro do cordão de isolamento do bloco. Lembro que pensei ‘Que legal, estou segura aqui, tem muita polícia’”, disse Leila.

“Nesse meu momento feliz, euforicamente, me deparei com um policial, de forma muito grosseira, falando que eu não poderia estar ali. Eu disse ‘amigo, certo, mas não precisa falar assim’. Ele já foi me empurrando e, meu amigo, que não aceita violência contra a mulher, foi para cima do cara [PM], falando que não era para ele me bater”, continuou a vítima em seu relato.

Um grupo de três policiais teria agredido o acompanhante de Leila, após a tentativa de interferência. “Olhei para o lado e meu amigo estava todo encolhido, apanhando. Eu virei, de forma instintiva, e disse ‘Não faz isso!’. Então, ele me bateu com o cassetete”, finalizou.

Leila passou por sutura e levou três pontos na cabeça. Foto: Arquivo Pessoal

Posicionamentos

Em nota, a Prefeitura de Olinda confirmou ter conhecimento do caso e disse que prestou os primeiros socorros à vítima. A foliã também recebeu suporte psicológico por meio da ação de enfrentamento à violência contra a mulher, da Secretaria Especial da Mulher de Olinda.

“No dia seguinte [2 de março], a vítima foi atendida por uma psicóloga da ONG Livre Assédio, que atuou em parceria com a prefeitura durante o Carnaval 2025, no posto montado pelo Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CEAM), na Praça do Carmo. Para dar continuidade ao acompanhamento psicológico, ela foi orientada a buscar o Centro de Referência de Recife, por ser residente desse município”, conclui o posicionamento da gestão.

O LeiaJá também buscou a Polícia Militar de Pernambuco (PM-PE) para se posicionar sobre a apuração do caso de violência policial. Apesar de reconhecer o registro de ocorrência contra o efetivo, a nota da PM não diz muito além disso. A força disse não compactuar com situações que envolvem agressões físicas e disse reafirmar “seu compromisso com a segurança e o bem-estar da sociedade pernambucana”.

A nota da Polícia Militar diz ainda que “todo efetivo empregado no policiamento ostensivo no período de carnaval é orientado a trabalhar dentro da legalidade, respeitando o cidadão, de forma a garantir a segurança de quem estiver nos polos de animação”. O mesmo foi dito ao LeiaJá pelo comandante geral da PM, coronel Ivanildo Torres, durante a coletiva de Carnaval da Secretaria de Defesa Social (SDS), em fevereiro.

Violência no Carnaval de Olinda

O Carnaval de Olinda também registrou novas cenas de violências. Na madrugada desta quarta-feira (5), o show de encerramento foi interrompido após uma briga generalizada que terminou em tiroteio próximo à Igreja do Carmo. O cantor João Gomes, que estava no palco principal, interrompeu a apresentação e pediu calma ao público.

Segundo relatos de testemunhas, o tumulto começou com uma troca de agressões físicas e evoluiu rapidamente até que um homem sacou uma arma e efetuou quatro disparos. Até o momento, o tiroteio deixou sete feridos, um deles sendo uma turista de São Paulo, que está em estado grave.

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