Greve: passageiros estão preocupados com a volta para casa sem ônibus

Passageiros relataram sobre o medo de sair de casa e não ter como voltar neste primeiro dia de greve de ônibus na Região Metropolitana do Recife. O Sindicato dos Rodoviários iniciou a paralisação nesta segunda (12), sem prazo para normalização do serviço.

Os poucos ônibus que saíram das garagens demoraram a chegar às estações e circularam lotados no Recife. Conforme orientação do Grande Recife Consórcio de Transportes, 70% da frota deveria operar em horários de pico, das 5h às 9h e das 16h às 20h, e 50% do coletivos ao longo do dia.

O Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE) alegou que os Rodoviários colocaram apenas 23% da frota nas ruas.

Incerteza sobre a volta para casa

Por confiar no cumprimento da frota mínima, passageiros arriscaram utilizar o serviço pela manhã. No Terminal Integrado de Joana Bezerra, na área central, os usuários falaram sobre o receio de não poder contar com o transporte público na volta para casa.

Após 1h na fila do TI Xambá/TI Joana Bezerra, o operador de telemarketing Jaílson Ribeiro não sabia se a espera ainda ia perdurar por muito tempo. “Os únicos ônibus que estão sendo liberados é o Aeroporto, PE-16 e o Pelópidas”, reclamou.

No início da fila, Jaílson espera por uma volta mais tranquila ao fim do dia. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá

Apesar da demora para chegar ao trabalho, ele revela que sua verdadeira preocupação está na incerteza sobre a volta para casa. “Mesmo se tiver ônibus para ir, a preocupação é a volta. Eu largo às 18h18 e tomara que a volta seja mais tranquila, em nome de Jesus”, disse Jaílson.

Maria José da Conceição chegou no terminal às 6h30 para se deslocar ao Hospital da Mirueira, em Paulista. Quase duas horas depois, ela ainda estava na parada.

Sem ônibus, Maria José precisou comunicar a chefe que chegaria atrasada. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá

“Os ônibus estão saindo muito cheios. Chegou um agora, mas o medo que faz é chegar lá no terminal e não ter ônibus para a Santa Casa, aí eu fico presa no meio do caminho. O medo é de ir e não ter como voltar”, destacou Maria José.

Impasse sobre reajuste salarial

A proposta de reajuste do Sindicato dos Rodoviários pede o aumento real de 5% no salário, adicional de dupla função de R$ 500 e o aumento do ticket para R$ 720. A categoria também exige plano de saúde integral e o fim do controle de jornada por GPS. A entidade sindical critica o monitoramento por geolocalização e diz que essa cláusula desconta dos trabalhadores pelo atrasos quando o ônibus quebra.

A Urbana-PE nega o plano de saúde e a derrubada da cláusula do GPS. A proposta dos donos de empresas é de reajuste de 4,2%, com o aumento real de 0,5%, além do acréscimo de R$ 34 no ticket e adicional por dupla função em R$ 180.

Rodoviários responsabilizam Raquel Lyra

Os Rodoviários também cobram uma participação ativa do governo do estado nas negociações para um acordo com a Urbana-PE.

“Desde as primeiras assembleias, a categoria já deixava claro sua insatisfação e que se não houvesse nova proposta iria a greve, no entanto nada, nenhuma nova proposta foi feita! O governo Raquel Lyra, responsável pela gestão do Transporte público de passageiros, por sua vez simplesmente ignora tal situação. Entretanto, somente em subsídios já foram destinados mais de R$348 milhões aos empresários, com a previsão de chegar a R$ 400 milhões até o fim do ano. Entendemos portanto que o Governo do Estado precisa participar das negociações e mediar uma solução, a responsabilidade pela GREVE é do governo doestado e dos empresários. Esperamos que até o início da GREVE esses agentes assumam sua responsabilidade e apresentem uma proposta decente que possa impedir o movimento paredista”, segue o texto.

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