Museu de Arte Sacra da UFBA é fechado ao público por problemas estruturais


Espaço abriga a maior coleção de arte sacra barroca da América Latina e completou 65 anos de atividades no último sábado (10). Museu de Arte Sacra da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador
Universidade Federal da Bahia
O Museu de Arte Sacra da Universidade Federal da Bahia (UFBA), que abriga a maior coleção de arte sacra barroca da América Latina, localizado em Salvador, foi fechado para o público, por problemas estruturais. O local completou 65 anos de atividades no último sábado (10).
O fechamento das atividades no espaço foi comunicado nesta segunda-feira (12), pela Reitoria da Universidade. Por meio de nota, a UFBA informou que há riscos relacionados à estrutura do Museu, principalmente nas instalações elétricas e nos telhados, “que ameaçam a segurança do local e de seu patrimônio histórico”.
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O reitor Paulo Miguez informou que a decisão foi sancionada pelo Conselho de Ensino Superior no dia 30 de julho deste ano. Disse ainda que “em um cenário de perdas orçamentárias às Instituições de Ensino Superior, que se acumulam ao longo dos anos, não há verba para o custeio da recuperação do Museu”.
Conforme a UFBA, os problemas foram identificados em vistoria da Superintendência de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sumai) da Universidade e da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder).
O levantamento técnico apontou que a cobertura apresenta riscos pontuais de desabamento e fissuras de ordem estrutural. Já a infraestrutura predial oferece risco para o imóvel e o acervo, com problemas na rede elétrica, combate à incêndios, ar-condicionado, cabeamento estruturado, entre outros.
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O reitor Paulo Miguez disse que informou ao Governo do Estado e Prefeitura de Salvador sobre o fechamento do Museu de Arte Sacra, e segundo a Universidade, a Conder já deu início ao levantamento técnico das necessidades de recuperação.
Além disso, falou ainda que a gestão municipal, através do Secretário de Cultura e Turismo (Secult), Pedro Tourinho, manifestou a disposição para atuar na requalificação do espaço.
Ao g1, a Secult confirmou a informação e disse que Prefeitura de Salvador vai elaborar um plano de trabalho para restauro do Museu.
O g1 também entrou em contato com a Conder e aguarda retorno.
Patrimônio da Humanidade
O Museu de Arte Sacra da UFBA abriga a maior coleção de arte sacra barroca da América Latina e está localizado em um conjunto arquitetônico seiscentista brasileiro. Entre pinturas, azulejaria, ourivesarias, mobiliários, destaca-se ainda a vista para a Baía de Todos os Santos.
A sede do Museu de Arte Sacra da UFBA foi reconhecido como patrimônio nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN) desde 1938 e declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1985.
A edificação possui área total construída de 5.250m², inserida em uma área livre de 8.000m². Dentro do Museu, encontra-se a Igreja de Santa Teresa D’ Ávila, com traçado renascentista, ornamentos em formas simétricas e harmoniosas, por meio de uso de arcos, abóbodas, cúpulas e colunas.
Antigo Convento de Santa Teresa D’Ávila, fundado pelos Carmelitas Descalços em 1697, abrigou o Seminário Arquiepiscoal e serviu também de alojamento para as tropas portuguesas nas lutas pela Independência da Bahia.
Desligado da ordem em 1840, ficou abandonado e em ruínas até 1959, quando o primeiro reitor da UFBA, Edgard Santos, instalou no local o Museu de Arte Sacra da Bahia (MAS) por meio de um convênio com a Igreja Católica, criando o primeiro museu universitário do Estado. A parceria foi renovada em 2017.
Além da igreja, sacristia, coro, capela interior, refeitório e biblioteca com cerca de cinco mil títulos, disponíveis para consulta, o conjunto dispõe de 16 salões, 12 salas, 10 celas, longos corredores e galerias e duas escadarias de pedra com painéis de azulejos do século XVII nas paredes.
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