Rodoviários acusam empresários de tentar furar greve de ônibus de forma ilegal

O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Aldo Lima, afirmou que as empresas de ônibus tentaram comprar funcionários e contratar motoristas autônomos para enfraquecer a greve. Neste segundo dia de paralisação no Recife, empresários e trabalhadores vão discutir o fim da greve em uma mesa de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6).

O Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE) fez um balanço da operação de ônibus nesta manhã e considerou que a greve perdeu força nesta terça (13). Do outro lado, o presidente do Sindicato dos Rodoviários discorda do entendimento da Urbana-PE e diz que o movimento segue forte mesmo com a suposta tentativa dos empresários de acabar com a greve de forma ilegal.

“Entendo que a greve continua muito forte, embora houve várias tentativas por parte da Urbana-PE de enfraquecer o movimento. Um deles foi contratando pessoas que não fazem parte do quadro de funcionários das empresas, diaristas, para tirar os carros das garagens, o que fere nossa convenção coletiva de trabalho e a própria lei de greve que proíbe a contratação de terceiros”, acusou Aldo Lima.

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Ainda de acordo com o representante dos motoristas, os empresários tentaram aliciar trabalhadores com a oferta de abono para quem furasse a greve. “Teve uma outra tática que a Urbana-PE também utilizou que foi de pagar uma bonificação extra de R$ 100, R$ 120, R$ 150, a depender das empresas para que pessoas furassem a greve”, relatou.

Urbana-PE nega suposta atuação ilegal

O consultor de comunicação da Urbana-PE, Bernardo Braga, rebateu as acusações e reiterou que os próprios integrantes do sindicato dos trabalhadores controlam a saída nas garagens. Mais cedo, ônibus foram vandalizados em uma paralisação da oposição do Sindicato dos Rodoviários na Avenida Agamenon Magalhães, na área central do Recife.

“Os veículos foram depredados e a gente tem vídeos de pessoas murchando o pneu no meio de uma manifestação das lideranças rodoviárias. Sobre a questão do freelancer, o próprio Sindicato dos Rodoviários tava nas garagens das empresas conferindo se todos o que estavam saindo eram rodoviários. Então, só quem está operando são os rodoviários. Tenho total desconhecimento sobre essa questão de bonificação e contratação de freelancer“, contestou Braga.

Aldo Lima respondeu de forma dura para desassociar as condutas praticadas com a imagem da greve. “É 100% de mentira. Nós não temos práticas de vandalismo, de furar pneus e quebrar carros. Essa tem sido a político desta diretoria e nós nos responsabilizamos por esta direção. Nós repudiamos com muita veemência qualquer tipo de vandalismo. Nossa greve é legítima e vamos fazer dentro das legalidades. Nós queremos desmentir a Urbana-PE nesse sentido”, afirmou o presidente do sindicato.

Impasse sobre reajuste salarial

A proposta de reajuste do Sindicato dos Rodoviários pede o aumento real de 5% no salário, adicional de dupla função de R$ 500 e o aumento do ticket para R$ 720. A categoria também exige plano de saúde integral e o fim do controle de jornada por GPS. A entidade sindical critica o monitoramento por geolocalização e diz que essa cláusula desconta dos trabalhadores pelo atrasos quando o ônibus quebra.

A Urbana-PE nega o plano de saúde e a derrubada da cláusula do GPS. A proposta dos donos de empresas é de reajuste de 4,2%, com o aumento real de 0,5%, além do acréscimo de R$ 34 no ticket e adicional por dupla função em R$ 180.

Rodoviários responsabilizam Raquel Lyra

Os Rodoviários também cobram uma participação ativa do governo do estado nas negociações para um acordo com a Urbana-PE.

“Desde as primeiras assembleias, a categoria já deixava claro sua insatisfação e que se não houvesse nova proposta iria a greve, no entanto nada, nenhuma nova proposta foi feita! O governo Raquel Lyra, responsável pela gestão do Transporte público de passageiros, por sua vez simplesmente ignora tal situação. Entretanto, somente em subsídios já foram destinados mais de R$348 milhões aos empresários, com a previsão de chegar a R$ 400 milhões até o fim do ano. Entendemos portanto que o Governo do Estado precisa participar das negociações e mediar uma solução, a responsabilidade pela GREVE é do governo doestado e dos empresários. Esperamos que até o início da GREVE esses agentes assumam sua responsabilidade e apresentem uma proposta decente que possa impedir o movimento paredista”, segue o texto.

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