Qual o plano de Pernambuco para melhorar as piores estradas do Brasil, segundo a CNT

Uma pesquisa publicada pela Confederação Nacional de Transporte (CNT), no último dia 19, trouxe um ranking relacionado à qualidade das estradas do Brasil. Cinco rodovias de Pernambuco foram classificadas como péssimas. Três delas – a PE-177, PE-545 e PE-096 – ficaram entre as 10 piores do Brasil.

De acordo com o levantamento, existem 22 péssimas rodovias no País, a pior etiqueta de classificação da pesquisa. A PE-545 foi considerada a pior estrada do Brasil

A CNT analisou as características de pavimento, sinalização e geometria da via para determinar a qualidade da malha rodoviária das estradas. Algumas das variáveis consideradas foram a visibilidade das placas de sinalização, a superfície do pavimento e as condições das faixas de trânsito.

Em Pernambuco, as piores estradas ficam no Agreste e no Sertão do Estado. A PE-545, localizada entre Exu e Ouricuri; PE-096, localizada entre Palmares e Barreiros; PE-177, localizada entre Quipapá e Garanhuns; PE-604, localizada entre Ouricuri e Lagoa Grande e por fim, a PE-126, entre Palmares e Quipapá.

Impactos de estradas ruins

O abandono da infraestrutura rodoviária em Pernambuco gerou um prejuízo de cerca de R$675,79 milhões. Isso porque uma rodovia comprometida gera aumentos no consumo de combustível e nos custos operacionais para o transportador.

Em 2024, estima-se que o consumo desnecessário de diesel devido a má qualidade do pavimento das estradas custarão R$ 153,86 milhões aos transportadores do estado. Esses gastos costumam refletir na inflação de preços dentro da economia local.

A CNT estima que para recuperar as rodovias em Pernambuco seria necessário investir R$ 2,5 bilhões em ações emergenciais de reconstrução e restauração, assim como, ações de manutenção. No entanto, o estado investiu apenas R$ 56,54 milhões até o mês de outubro deste ano, quantia que já representa o total dos recursos que foram autorizados pelo governo federal para a infraestrutura rodoviária, no caso R$ 55,87 milhões.

O pavimento prejudicado também aumenta os riscos de sinistros de trânsito nas rodovias, que podem levar a mais hospitalizações e em casos extremos ao aumento do número de óbitos.

Governo do Estado promete melhorar as estradas

Pouco antes do lançamento da pesquisa, a governadora do estado, Raquel Lyra (PSDB), anunciou o programa “PE na Estrada”, que tem o objetivo de recuperar a malha rodoviária das estradas de Pernambuco. São previstos investimentos de R$ 5,1 bilhões para recuperar 5.580 quilômetros de estradas pavimentadas.

A iniciativa, segundo o Governo, incluiu a restauração da PE-096, a segunda pior estrada do Brasil de acordo com o ranking, cujas obras de restauração “seguem em andamento” no trecho contemplado, que liga Barreiros a Palmares, com extensão de 49,4 quilômetros, na região da Mata Sul, contando com investimento de R$ 52 milhões.

Em relação às demais estradas citadas na pesquisa da CNT, o Governo listou quais as providências previstas:

PE-545 (pior estrada do Brasil): A Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi) disse ter concluído “recentemente” o projeto de restauração da PE-545, no trecho que vai do entroncamento com a PE-585, no Posto Serra, perto de Exú, até o entroncamento com a BR-316, em Ouricuri. A fase atual é de “análise orçamentária”.

PE-177 (5ª pior estrada do Brasil): O DER-PE está elaborando o projeto de engenharia das obras de restauração da rodovia, no trecho que vai do entroncamento com a BR-104, em Quipapá, até o entroncamento com a BR-423, em Garanhuns, com extensão de 54 quilômetros. A previsão é que esta etapa seja concluída até março de 2025.

PE-126 (13ª pior estrada do Brasil): O edital para contratação do projeto está sendo elaborado, mas ainda não há previsão de quando será feita a licitação.

PE-604 (19ª pior estrada do Brasil): O trecho entre a PE-625 e a PE-555 tem projeto em andamento, com conclusão prevista para janeiro de 2025. Já na parte entre a BR-316 e a PE-625, a conclusão de projeto é prevista para dezembro de 2024 e posterior “atualização orçamentária”.

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