Airfryers ‘XL’: g1 testa 3 modelos novos de grande capacidade


Equipamentos da Arno, Mondial e Philips Walita conseguem fazer até 1 kg de batata frita por vez – mas demora mais que um aparelho convencional. Veja os resultados da avaliação. Guia de Compras: teste com 3 airfryers de grande capacidade
Sofia Alves/g1
Um dos maiores problemas das airfryers para quem tem famílias grandes é como fazer bastante comida no aparelho. Ou cozinhar itens maiores que ocupam bastante espaço, como um galeto.
👫👫 👫👫 As “airfryers XL” conseguem fazer comida para até 8 pessoas, segundo as fabricantes. Se precisar de mais capacidade, a solução é partir para os fornos com airfryer.
👫👫 Para comparação, as airfryers “convencionais” ficam na faixa dos 3,5 aos 5 litros e servem para famílias de 2 a 4 pessoas.
O Guia de Compras testou três airfryers grandonas, com capacidades acima de 6 litros.
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Airfryer tamanho família, com duas gavetas, frente transparente, conectada: como escolher?
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🍟 A diferença entre os tamanhos é fácil de explicar: nas menores, cabe menos de meio quilo de batatas fritas.
Nas “tamanho família”, um pacote de 1,05 kg coube inteiro, mesmo indo além da capacidade máxima desses produtos – Arno e Philips Walita dizem que o limite é de 800 gramas.
De qualquer forma, demorou um pouco mais para “fritar” por conta da quantidade, claro, mas as batatas ficaram no ponto.
Os modelos avaliados foram:
Arno AFD7
Mondial AFN-60-BI
Philips Walita NA230
As receitas usadas para testar as airfryers foram: batatas frita e doce, galeto, picanha (uma ótima surpresa), pudim (que foi uma “saga” e mereceu considerações ao fim da reportagem) e pão de queijo.
Na avaliação, além do desempenho, foram levados em consideração a qualidade dos cestos, as alças de remoção, o painel de controle, os recursos extras, a segurança e a limpeza após o uso.
O uso dos eletrodomésticos foi feito seguindo o manual das fabricantes.
Veja os resultados a seguir e, ao final, a conclusão.
Arno AFD7
A Arno AFD7 é a airfryer de maior capacidade da avaliação, com 7,5 litros, e a mais cara do teste.
O produto era vendido na faixa dos R$ 600 nas lojas da internet no final de novembro.
O eletrodoméstico mede 31,5 x 39,6 x 31 cm (altura x profundidade x largura) e pesa 5,7 kg – menos que os 6,7 kg do modelo da Mondial, a mais pesada do teste.
A potência é de 1.700W, similar à airfryer da Philips, mas menor que a da Mondial (1.900W).
O controle da AFD7 é digital, com um botão giratório para selecionar entre os comandos de tempo e temperatura e os 8 programas pré-definidos (batatas-fritas, carne, frango, camarão, peixe, pizza, vegetais e sobremesa).
Um botão de “chef” (identificado por um chapéu de cozinheiro) permite alternar entre o modo manual e o de receitas.

É o modelo com maior variação de temperaturas: vai de 40ºC a 200ºC. A Mondial vai de 80ºC a 200ºC e a Philips, de 60ºC a 200ºC.
O acabamento do produto é feito em plástico e aço inox. A bandeja tem acabamento antiaderente.
Na gaveta, a Arno colocou uma plataforma para apoiar a comida e deixar a gordura ou resíduos caírem no fundo. Essa base também tem revestimento antiaderente e pode ser removida para lavar.

Segundo a Arno, o modelo é capaz de fazer um frango de 2,2 kg, até 800 g de batata, uma abóbora de 1,3 kg, 26 nuggets, 16 muffins ou 24 pães de queijo.
Como ocorre com a Philips Walita, a Arno pausa o cozimento automaticamente quando a gaveta é removida. Isso não acontece na Mondial.
O resultado das receitas foi bastante parecido com o encontrado no modelo da Philips Walita.
Batata frita: foi única que ficou um pouco “branquinha” na comparação com as demais, usando o programa específico. Precisou de mais um tempo para ficar mais crocante.
Batata doce: ficou no ponto certo após cozimento por 25 minutos a 180ºC.
Galeto: peça de 800g cozinhou direito na receita que indicava 30 minutos a 180ºC, sem torrar muito. O resultado foi uma carne bem suculenta.
Picanha: foi a receita com resultados mais uniformes entre as 3 airfryers. Apenas 12 minutos a 180ºC deixaram a carne malpassada (e muito saborosa).
Pudim: receita mais “polêmica” (leia mais na conclusão), ficou bem cozido, mas a calda de caramelo ferveu e criou “crateras” na superfície – e pequenas ranhuras no meio do pudim sem furinhos. Quebrou um pouco ao desenformar. Feita a 170ºC por 50 minutos.
Pão de queijo: o resultado ficou parecido entre os três modelos.
Pudim na airfryer da Arno: a calda ferveu e criou umas ranhuras no meio do doce.
Henrique Martin/g1
A limpeza da airfryer da Arno foi rápida na maioria dos casos, com exceção do galeto e da picanha, por conta da gordura e resíduos. Nesses casos, água quente e detergente ajudaram bastante.
A bandeja central sai fácil e a base da gaveta é plana, simples de limpar com água fria e esponja com detergente.
Mondial AFN-60-BI
A Mondial AFN-60-BI é a airfryer mais barata do teste, sendo vendida por R$ 390 nas lojas on-line em novembro. Também é a mais potente, com 1.900W – contra 1.700W das concorrentes na avaliação. Tem capacidade de 6 litros.
O aparelho mede 39 x 46 x 46 cm (altura x profundidade x largura) e pesa 6,7 kg. Ele tem 1 ano de garantia.
Os controles da Mondial são similares aos encontrados em outros modelos da marca, como a AF-55i (veja o teste): nada digital, apenas dois botões que ajustam tempo e temperatura.
No topo do aparelho, vêm impressas as recomendações de tempo de cozimento e temperatura de alimentos básicos.
O acabamento da airfryer é feito em aço inox e plástico, similar ao da Arno.
A bandeja conta com duas “camadas”: uma cesta, que é solta pressionando um botão, e uma cuba, que serve para recolher resíduos e gordura. Essa é outra característica em comum com outras airfryers da marca.
O botão para destravar a bandeja fica embaixo de uma peça plástica transparente que se move para a frente e parece que vai quebrar com facilidade.

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Na parte superior do equipamento estão dicas de receitas, com temperaturas e tempo de cozimento indicados para alguns alimentos, como batatas fritas e frango, por exemplo.
A fabricante diz que a airfryer é capaz de fazer 18 mini-hambúrgueres, 5 hambúrgueres, 5 postas de salmão, 16 pães de queijo, 16 cupcakes ou um bolo grande.
As receitas nesse modelo precisam de um pouco mais de atenção, pois ela é mais potente e pode cozinhar a comida mais rápido que as demais.
Pudim na airfryer da Mondial: quase perfeito antes de desenformar
Henrique Martin/g1
Vale ressaltar que esta airfryer é a única sem pausa automática do cozimento/timer quando a bandeja é removida.
Os resultados das receitas foram:
Batata frita: cozinhou o 1,05 kg de batatas congeladas sem problemas. Ficaram no ponto e crocantes, mas também precisaram ir um pouco além do tempo indicado para o ingrediente.
Batata doce: ficou no ponto certo após cozimento por 25 minutos a 180ºC, mas saiu mais clara por conta da qualidade da batata, que estava um pouco mais velha.
Galeto: cozinhou direito na receita que indicava 30 minutos a 180ºC, mas torrou a pele em cima.
Picanha: os resultados foram similares aos encontrados nos concorrentes. Os 12 minutos a 180ºC deixaram a carne malpassada (e muito saborosa).
Pudim: foi o mais perfeito dos três. A calda não ferveu nem criou “crateras” na superfície (como ocorreu nas concorrentes), desenformou certinho e ficou muito bom. Ficou na airfryer a 170ºC por 50 minutos e descansou bastante antes de ir para a geladeira (esse é o segredo).
Pão de queijo: manteve a uniformidade dos resultados. Segue a crítica ao ingrediente, que ao ser feito na airfryer, fica sem uma parte inferior crocante.

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A limpeza da Mondial, na comparação com as outras marcas do teste, foi a mais trabalhosa.
Apesar das superfícies antiaderentes, a combinação de bandeja e cuba levou um tempo maior para lavar do que as demais. A gordura da picanha e do galeto grudou um pouco nos furinhos da bandeja.
Philips Walita NA230 Série 2000 XL
A Philips Walita NA230 Série 2000 XL é a airfryer que fica no meio termo entre os modelos das concorrentes avaliadas. A potência de 1.700W é igual à da Arno e a capacidade da bandeja é de 6,2 litros, um pouco acima que a da Mondial.
O preço fica no meio do caminho também. No final de novembro, custava na faixa dos R$ 500 – mais que a Mondial e menos que a Arno.
A airfryer da Philips Walita tem a maior garantia do fabricante. São 2 anos, contra 1 ano das demais.
O eletrodoméstico mede 30,8 x 40,3 x 30,8 cm (altura x profundidade x largura) e pesa 4,05 kg – o mais leve dos três.
Os controles da fritadeira sem óleo são digitais, com modos de ajuste individual de tempo e temperatura.
São 9 programas automáticos (batatas fritas congeladas, batatas fritas frescas, coxas de frango, carne, peixe, café da manhã – ovos e torradas –, legumes, bolo e manter aquecido).
As capacidades estimadas máximas da Philips são de 800g para batatas ou vegetais, 8 coxas de frango, 2 peixes inteiros, 1 bolo e 4 costeletas de carne.

O design da Philips é um pouco diferente. O acabamento é todo em plástico, mas a gaveta tem um visor transparente para acompanhar o cozimento sem precisar abrir a airfryer. Basta pressionar um botão para acender a luz interna.
Batata doce cozinhando na airfryer da Philips Walita
Henrique Martin/g1
A gaveta é parecida com a da Arno, com um suporte furado para apoiar os ingredientes. A diferença é que o fundo da gaveta tem um formato de hélice, para ajudar a circular o ar dentro do dispositivo. Desse modo, a base fica um pouco mais alta.

eelimite é de 800 gramas.
Durante o cozimento, essa airfryer se diferenciou ao ser a mais silenciosa das três. Foi a única que não deu a impressão de ter um ventilador forte ligado na bancada da cozinha.
E, como ocorre com o modelo da Arno, a Philips Walita pausa o cozimento quando a gaveta é aberta.
Os resultados das receitas ficaram parecidos com os da Arno.
Batata frita: o pacote de 1,05 kg coube sem problemas e ficou bastante crocante usando o programa de batatas congeladas. Para ganhar uma “cor” extra, ficou mais uns minutos.
Batata doce: ficou no ponto certo após cozimento por 25 minutos a 180ºC.
Galeto: cozinhou direito na receita que indicava 30 minutos a 180ºC, sem torrar muito. Foi o que ficou mais claro dos três após esse período. Mas estava suculento e bem temperado.
Picanha: repetiu os resultados das competidoras, com carne malpassada, suculenta e saborosa.
Pudim: também cozinhou direito como o da Arno, porém a calda ferveu e criou os mesmos buracos na superfície e as ranhuras no meio do pudim.
A limpeza da airfryer da Philips foi similar à das concorrentes. Ficou mais suja na picanha e no galeto, sendo fácil de lavar com água quente e detergente neutro.
Vale notar que a plataforma interna da Philips e da Arno tem pés de silicone para não raspar na gaveta antiaderente. Esses pedaços – pequenos – costumam ficar mais engordurados.
Conclusão
A escolha de uma airfryer em 2024 está mais ligada às necessidades de cada consumidor e o seu orçamento para gastar no eletrodoméstico.
Vale a pena investir em uma airfryer de tamanho grande? Apenas se for a sua necessidade familiar de alimentar bastante gente ao mesmo tempo.
Só o fato de não ter que “fritar” várias porções menores de batata já é uma boa economia de tempo.
O desempenho das três airfryers avaliadas foi muito bom – a da Mondial foi mais “forte” por ser mais potente, então requer mais atenção no uso.
As diferenças entre elas estão nos detalhes, como painel digital na Arno e na Philips Walita e o modo analógico na Mondial.
Os modelos digitais oferecem uma versatilidade maior por conta dos programas de receitas, mas isso não afeta muito o uso no dia a dia.
A Arno merece destaque pela maior capacidade. A Mondial, pelo preço. A Philips Walita, pelo design diferente com a frente transparente.
Galeto, Pudim, Batata Doce feitos na airfryer
g1
A ‘saga’ do pudim
Ao selecionar as receitas para testar as airfryers grandes, a ideia de fazer pudim pareceu adequada por ser algo fácil e que ocupa bastante espaço dentro do aparelho. E quem não gosta de pudim?
Depois dos testes feitos, ficou a pergunta: “preciso mesmo fazer isso na fritadeira sem óleo”? A resposta é não.
A airfryer é extremamente prática para cozinhar coisas mais simples, como batatas, frango, carnes – a picanha ficou excelente e pronta muito rápido –, pão de queijo. Até um bolo é justificável. Mas o pudim não compensa o tempo.
O tempo total de preparo não compensa o estresse. Dá na mesma fazer na airfryer ou no forno convencional.
Ficaram bons os três pudins? Sim (e mais outros dois em que a receita deu totalmente errado).
O pudim inicial foi feito com aquela receita clássica de avó: uma lata de leite condensado, dois ovos e a mesma medida da lata de leite (em torno de 240 ml).
A receita popular na internet dizia para cozinhar por 30 minutos coberto por papel alumínio, abrir para checar o ponto, fechar e retomar por mais 20 minutos. Deixar descansar e pôr na geladeira.
Não deu certo, ficou mole demais, sem firmar direito.
Receita de pudim de chef famosa na internet não deu certo
Henrique Martin/g1
Seguindo uma nova receita, com os mesmos ingredientes e adicionando mais duas gemas, deu certo. Mas só depois de seguir o processo à risca.
As receitas que o Guia de Compras consultou diziam para cozinhar a 180ºC por períodos que variavam de 30 a 50 minutos.
Essa dica de “levantar o alumínio” foi a pior possível, pois você vai ter que lidar com um espaço pequeno entre a forma redonda do pudim e as paredes da airfryer.
Pudim fechado na gaveta da airfryer. Nem pense em tirar esse papel alumínio para ver ou pode se queimar.
Henrique Martin/g1
A solução: assar por 50 minutos a 170ºC (para tentar evitar ao máximo que o caramelo ferva, o que é quase inevitável) e deixar lá desligado por um bom tempo antes de colocar na geladeira.
Se somar o tempo de airfryer (50 min), esperar esfriar (umas 2h) e o tempo de geladeira (pelo menos umas 6h), dá umas 8h50 para desenformar.
Comparando com um pudim clássico de forno com a mesma receita, ele só ficaria uns 40 minutos a mais cozinhando.
Todas as airfryers testadas foram enviadas por empréstimo e serão devolvidas.
A Black + Decker não tinha um modelo para enviar. A Philco disse que mandaria um, que não chegou a tempo da avaliação.
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