Moradora do Sul de MG luta na Justiça para conseguir equipamento necessário para retirada de tumor do cérebro


Para fazer a cirurgia, é necessário o uso de um equipamento, que tem o custo de uso estimado em R$ 18 mil; espera de moradora de Monte Belo (MG) dura seis meses e ela corre o risco de perder a visão. Moradora de Monte Belo luta na Justiça para fazer cirurgia e retirar tumor
Uma moradora de Monte Belo luta na Justiça para conseguir retirar um tumor do cérebro. Para fazer a cirurgia, é necessário o uso de um equipamento, que tem o custo de uso estimado em R$ 18 mil. A espera dura seis meses e ela corre o risco de perder a visão.
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A Naiara mora em Monte Belo e levava uma vida normal, mas começou a ter dificuldade para enxergar. Depois de muitos exames, o diagnóstico, um tumor benigno no cérebro.
“Foi em maio do ano passado, eu estava trabalhando e comecei a sangrar muito, e sangrava todos os dias. Sangrou por 30 dias seguido sem parar. E a cabeça começou a doer. Aí foi quando eu procurei o médico no posto de saúde central e ele pediu uma ressonância. E na ressonância de célula túrcica, que viu de certinho o tumor”, contou a costureira Naiara Aparecida de Oliveira.
Moradora do Sul de MG luta na Justiça para conseguir equipamento necessário para retirar tumor do cérebro
Reprodução EPTV
A lesão é na hipófise, estrutura do cérebro responsável pela liberação de vários hormônios. Com o problema, a costureira precisa tomar 27 comprimidos por dia e sofre com os sintomas.
“É uma situação muito difícil porque eu vejo muitas vezes ela ali passando mal e a gente sem ter condições de ajudar, né? É simplesmente fazendo o básico”, disse a irmã de Naiara, Nivani Aparecida de Oliveira.
A solução para o caso é uma cirurgia. O procedimento é feito com a ajuda de um equipamento especial, que é um neuronavegador.
“Por ser uma lesão numa área muito nobre, a gente precisa ser bem preciso. A lesão por si só não é uma lesão grande, então é uma lesão pequena, mas que precisa de uma abordagem, principalmente para a gente confirmar o diagnóstico, isso é um adenoma hipofisário. Novos sangramentos podem fazer comprimir a arte hipofisária e a hipófise e o paciente ele tem uma piora neurológica, piora visual”, explicou o neurocirurgião Guilherme Grossi.
O custo para o uso do equipamento é de R$ 18 mil. Por isso, a Naiara recorreu ao SUS, mas ainda não conseguiu passar pelo procedimento. Ela entrou na justiça para pedir que o município forneça os recursos para o equipamento, mas até o momento ela teve o pedido negado três vezes. A última tentativa foi em setembro. A justiça alegou que o pedido não atendia aos requisitos necessários.
“Nós vamos tentar conseguir alguns outros laudos para preencher esses requisitos formais aí da ação, para que a gente possa vir a buscar novamente esse direito que já buscamos e que até o momento não obtivemos êxito”, disse o advogado de Naiara, Julio Cezar Boneli.
Moradora do Sul de MG luta na Justiça para conseguir equipamento necessário para retirar tumor do cérebro
Reprodução EPTV
A gestão do SUS é federal, mas os estados e municípios têm responsabilidades. De acordo com a legislação, as cidades podem realizar parcerias entre si para oferecer atendimento pleno à população.
O Hospital Alzira Velano em Alfenas, que é referência para Monte Belo, tem estrutura e a equipe técnica especializada para fazer o procedimento. Mas é preciso que a Justiça autorize a cirurgia pelo SUS.
“O SUS não cobre esse equipamento. E quando isso ocorre, a gente tem uma saída que é a Secretaria de Saúde do município, de onde o paciente vem, fazer o custeio do equipamento. E a gente tem que deixar bem claro que tem que ser dinheiro público”, explicou o diretor clínico do hospital, Denis Claudino.
A espera já dura seis meses e a família da Naiara acredita que ela ainda vai conseguir fazer a cirurgia.
“Alguém vai ter que me ajudar de alguma forma, porque a única alternativa que eu vou ter são pessoas que podem me ajudar com isso, porque só tive não até agora”, disse Naiara.
A Prefeitura de Monte Belo informou por meio de nota que os pedidos foram negados pela Justiça e que tratamentos de alta complexidade, como o caso da Nayara, são de responsabilidade dos governos estadual e federal. Por isso, a administração municipal não pode licitar ou custear a alocação do equipamento para atender a essa necessidade individual da Naiara.
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