Veja quais áreas tiveram mais afastamentos de funcionários por transtornos mentais no Centro-Oeste de MG


Dados da Secretaria de Estado de Saúde são de 2016 a 2024. Psiquiatra dá dicas de como se prevenir e evitar transtornos. Burnout
G1
Entre 2016 e junho de 2024, 13 notificações de transtornos mentais ligadas ao trabalho foram registradas na região Centro-Oeste, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).
No ranking, agente comunitário de saúde, atendente comercial e auxiliar de escritório aparecem no topo das profissões com mais registros.
A cidade que lidera o ranking é Pará de Minas, com quatro. Já Divinópolis não apresentou nenhum caso e outros nove municípios tiveram um caso em cada.
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A área de trabalho mais afetada foi a de saúde, com três casos confirmados. Confira quais foram as ocupações que tiveram casos confirmados:
Agente comunitário de saúde;
Atendente comercial;
Auxiliar de escritório;
Costureiro;
Diarista;
Faxineiro;
Fonoaudiólogo;
Inspetor de alunos em escola pública;
Motorista de caminhão;
Professor de nível médio no ensino profissionalizante;
Supervisor Administrativo;
Técnico de enfermagem.
No Centro-Oeste de Minas, a maioria dos casos foi de mulheres, com 10, totalizando 74,53%. A idade mais afetada foi de pessoas entre 30 e 39 anos, com oito registros divulgados. Confira:
De 30 a 39 anos — 8 casos
De 40 a 49 anos — 3 casos
De 50 a 59 anos — 2 casos
Causas mais comuns para os transtornos
O psiquiatra doutor Carlos Eduardo Reche explica quais as causas mais comuns para os transtornos.
“As causas desses transtornos envolvem componentes do tipo de trabalho, que geralmente são serviços que podem ter um nível de cobrança muito alto, mas também tem características do trabalhador, que tende a ser perfeccionista, se exigir demais, se dedicar em excesso em tudo que faz. Essa associação trabalho estressante com trabalhador estressado forma uma combinação que tende a gerar esse abandono do trabalho”.
Segundo o psiquiatra, o principal transtorno mental que surge é a Síndrome de Burnout ou Síndrome do esgotamento profissional, que leva o trabalhador a apresentar esses sintomas.
“Esse transtorno pode ser identificado quando o trabalhador passa a ter sintomas de exaustão constante, queda no rendimento, e pode evoluir para uma incapacidade absoluta de trabalhar e muitas vezes ao abandono do trabalho”.
Para o médico, outro fator que pode ocasionar o transtorno e até um abandono das funções da empresa está relacionado a falta de identificação com a profissão, ou até mesmo questões relacionadas a remuneração.
“Primeiro é preciso a identificação precoce desses sintomas e a busca por ajuda, ou a própria empresa oferecer esse tipo de ajuda, indicando um profissional da psicologia organizacional para acompanhar esse paciente”, explicou Carlos Reche.
Para o psiquiatra, a principal forma de evitar o esgotamento mental e profissional é realizar alguma prática de lazer para relaxar durante o tempo livre.
“É muito importante praticar atividades físicas regularmente, e ter uma atividade que se faça só pelo prazer de fazer, como aprender a dançar, cuidar de flores, etc. E se está descontente com a escolha profissional, procurar uma ajuda de uma orientação vocacional”, finalizou o psiquiatra.
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