‘Periferias não vão se calar diante da violência’, diz Silvio Almeida 1 ano após operação da PM de SP que deixou 28 mortos em 40 dias


Ministro dos Direitos Humanos participou da abertura da Perifacon neste sábado (27), em São Paulo, e disse que pasta segue acompanhando atuação da polícia na Baixada Santista. Governo de SP afirmou que mortes ocorridas em comunidades durante a Operação Escudo ‘são investigadas pelas polícias Civil e Militar’. Ministro de Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida
Divulgação
O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, disse, neste sábado (27), que a pasta que comanda segue acompanhando a atuação da polícia na Baixada Santista e que “as periferias não vão se calar” diante da violência policial.
Almeida foi questionado pela GloboNews sobre a Operação Escudo, cujo início completa 1 ano neste domingo (28). A operação, em resposta a ataques sofridos por policiais, durou 40 dias e terminou com 28 mortos.
A Operação Verão, também focada na Baixada Santista e que veio em seguida, deixou 56 mortos de fevereiro a abril, quando foi encerrada.
A declaração foi dada durante a abertura da quarta edição da Perifacon, evento de cultura pop e nerd realizado em Diadema, na Grande São Paulo.
“Acho muito importante que, neste um ano da Operação Escudo, estejamos aqui na Perifacon, ou seja, é uma demonstração de que as periferias do Brasil não vão se calar diante da violência que se espalha pelo Brasil e muitas vezes é estimulada pelos governantes e líderes politicos” afirmou. “O Ministério dos Direitos Humanos tem compromisso com a democracia, com os direitos humanos, a República, e vamos fazer de tudo para interromper o processo e ficar atentos a isso.”
Ele disse, ainda, que, desde o início da operação, a Ouvidoria Nacional acompanha e tem entrado em contato com autoridades para controlar a escalada da violência.
As mortes provocadas pela Polícia Militar do estado de São Paulo aumentaram 71% no 1º semestre de 2024, segundo ano da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Foram registradas 344 pessoas mortas por PMs entre janeiro e junho deste ano, contra 201 casos de Morte Decorrente de Intervenção Policial (MDIP, na sigla técnica) no mesmo período de 2023.
Em nota, o governo de São Paulo afirmou que as mortes ocorridas durante a Operação Escudo “são investigadas pelas polícias Civil e Militar, com acompanhamento das corregedorias, do Ministério Público e do Poder Judiciário.” (leia íntegra abaixo)
Diz também que “as forças de segurança agem dentro da legalidade e punem rigorosamente qualquer desvio de conduta.”
O que diz o governo de SP
“O estado de São Paulo possui a menor taxa de mortes intencionais do país, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. A gestão atual investe na capacitação do efetivo, na aquisição de equipamentos de menor potencial ofensivo e em políticas públicas para reduzir a letalidade
A Operação Escudo, realizada na Baixada Santista para combater o tráfico de drogas e o crime organizado, resultou na prisão de importantes lideranças de facções criminosas, 388 foragidos da Justiça e aproximadamente 600 outros criminosos. Foram apreendidas 119 armas de fogo, incluindo fuzis e cerca de uma tonelada de drogas.
As mortes ocorridas durante a operação são investigadas pelas polícias Civil e Militar, com acompanhamento das corregedorias, do Ministério Público e do Poder Judiciário. As forças de segurança agem dentro da legalidade e punem rigorosamente qualquer desvio de conduta”.
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