PT ‘fura’ cautela do governo e de Lula e reconhece vitória contestada de Maduro na Venezuela

A Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores reconheceu, em nota divulgada na noite de segunda-feira (29), a reeleição do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
A posição diverge do silêncio adotado por Lula, e do tom de cautela adotado pelo governo até o momento. O Brasil não tinha reconhecido os resultados até a manhã desta terça (30), e cobrava maior transparência nos dados eleitorais.
“Importante que o presidente Nicolas Maduro, agora reeleito, continue o diálogo com a oposição, no sentido de superar os graves problemas da Venezuela, em grande medida causados por sanções ilegais”, diz a nota do PT, comandado pela deputada Gleisi Hoffmann (PR).
Os resultados da eleição, divulgados na noite de domingo (28), ainda são contestados pela oposição – e vistos com desconfiança pela maior parte da comunidade internacional, incluindo o governo brasileiro.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fundador e principal nome do PT, ainda não comentou o tema publicamente. Em nota (leia abaixo), o governo brasileiro saudou a ocorrência das eleições, mas cobrou maior transparência nos dados – e não reconheceu explicitamente o resultado.
Os recados na nota do PT
Ao longo da nota da Executiva Nacional, o Partido dos Trabalhadores adota diversos termos que demonstram apoio ao governo de Nicolás Maduro e ao resultado eleitoral.
O texto (leia íntegra abaixo) diz, por exemplo, que o processo eleitoral foi uma “jornada pacífica, democrática e soberana”.
Afirma também ter “certeza” de que o Conselho Nacional Eleitoral – centro da polêmica em andamento, acusado de ocultar dados que deveriam ser públicos – “dará tratamento respeitoso para todos os recursos que receba”.
A nota do PT também critica, de forma indireta, a pressão da comunidade internacional para que os dados sejam divulgados com mais transparência antes de um reconhecimento dos resultados.
Ao citar os “graves problemas” da Venezuela, diz que eles são “em grande medida causados por sanções ilegais”.
E que o PT seguirá “vigilante” para evitar “violência e ingerência externa” nos assuntos do continente.
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