Indígenas ocupam barragem de José Boiteux em protesto, e muros são encontrados destruídos

Comunidades indígenas iniciaram um acampamento na barragem de José Boiteux, no Alto Vale do Itajaí, nesta quarta-feira (5), em protesto contra o descumprimento de acordos firmados com o governo de Santa Catarina desde 2023.

Liderados pelo cacique Setembrino Camlém, os manifestantes reivindicam o início de obras de infraestrutura e melhorias na saúde dentro das terras indígenas, compromissos que, segundo eles, não foram cumpridos pelo governo estadual.

Ao NDmais, o cacique expressou preocupação com a falta de respostas às solicitações de reuniões e alertou para o risco de novos confrontos, como os ocorridos em 2023.

Desde 2023, a comunidade indígena Xokleng tem manifestado insatisfação devido ao não cumprimento de promessas relacionadas à Barragem Norte, localizada em José Boiteux.

Em setembro de 2023, o governo de Santa Catarina anunciou um investimento de aproximadamente R$ 20 milhões para melhorias na comunidade indígena afetada pela construção da barragem.

As iniciativas incluíam a construção de uma nova escola, ginásio, campo de futebol e espaço cultural, além de melhorias em estradas, pontes e unidades de saúde, segundo o Governo do Estado.

Em outubro de 2023, um confronto resultou em três indígenas baleados durante uma operação policial para fechar as comportas da barragem, visando conter enchentes na região, conforme informações do Estadão.

Na ocasião, os indígenas temiam que o fechamento das comportas causasse inundações em suas aldeias, exacerbando a desconfiança em relação às ações governamentais.

Uma decisão judicial determinou que o Estado apresentasse, em 24 horas, um laudo comprovando a estabilidade da barragem e atendesse às demandas dos indígenas, como melhorias nas estradas, atendimento de saúde 24 horas, fornecimento de água potável e cestas básicas.

A ocupação atual reflete a contínua luta  pelo cumprimento de promessas governamentais, destacando a necessidade de diálogo efetivo e ações concretas para resolver as demandas pendentes.

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De acordo com a NSC total, a comunidade recebeu a informação na última quarta-feira (05), de que uma equipe da Celesc seria enviada para executar a recuperação das comportas da barragem, mas sem ter realizado nenhuma das revindicações.

No entanto, a ocupação da barragem dentro das demarcações de terras indígenas e forma de protesto deixou uma resultado desagradável na manhã desta quinta-feira (06). Os muros da barragem amanheceram completamente destruídos.

O NDmais procurou a Defesa Civil, que em resposta, a Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina informou que não há vistorias ou visitas técnicas programadas na barragem e reconheceu os compromissos assumidos com a comunidade indígena, afirmando estar trabalhando para implementá-los o mais rápido possível.

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