Olimpíadas 2024: saúde mental e como os atletas lidam com frustrações 

As Olimpíadas estão chegando ao fim e com isso, os atletas que conquistaram ou não medalhas retornam ao país, cada um com sentimento e tendo que lidar com cada um deles. A saúde mental é tema fundamental para um bom desempenho do atleta. Nesta quinta-feira, 8, a psicóloga esportiva Miriam Pereira expôs alguns dos problemas enfrentados pelos atletas. 

A saúde mental foi fator de afastamento de grandes atletas, entre eles Simone Biles, que deixou de disputar as Olimpíadas de Tóquio 2020 para cuidar da sua saúde. Gabriel Medina é outro que deu um tempo nas disputas para buscar ajuda. Atualmente, o Time Brasil tem psicólogos que desempenham papel fundamental na preparação para as competições.

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Entre os representantes do Brasil em Paris, as idades variam muito e com isso a experiência também. Rayssa Leal é a atleta mais nova da delegação Brasileira, com apenas 16 anos. Esta é sua segunda olimpíada e de novo, ela volta para casa com mais uma medalha. A psicóloga traz a Fadinha como exemplo para explicar que na adolescência, é onde os jovens têm mais problemas e no caso da Rayssa, além das dificuldades particulares, existe uma pressão e cobrança maior ainda por estar representando o país. Neste caso, o psicológico deve estar muito bem alinhado.

Miriam Pereira, especialista em psicologia esportiva, separa a preparação do atleta em quatro dimensões, emocional, física, mental e espiritual, que tem a ver com o propósito e o sentido de estar fazendo aquilo. Segundo ela, se todos esses estiverem em sintonia o atleta consegue o que treinou e também, consegue lidar com as decepções.“Quanto mais alinhado melhor, inclusive, para lidar com erros, falhas e frustrações que o esporte traz”.

A psicóloga menciona que nem sempre a competição depende só do atleta, no caso do Gabriel Medina e de outros surfistas nesta olimpíada, não conseguiram resultados melhores porque dependiam do mar. “Precisa ter resiliência para lidar com o fato de que às vezes não depende só de você mesmo”, completa.

Nas olimpíadas, os atletas lidam com emoções extremas, desde quando ganham uma medalha até quando não conseguem o objetivo e se frustram. De acordo com Miriam, é neste momento que a autoconfiança é fator determinante. “Você tem que ser o seu maior incentivador, você tem que ser o primeiro a acreditar em você de que é possível. O corpo só faz o que a cabeça acredita e a cabeça tem que estar muito bem resolvida para o corpo trabalhar aquilo que foi treinado tecnicamente”, explica.

Como lidar com as frustrações?

Essa pode ser considerada a pergunta do milhão. Não só na vida dos atletas, mas as frustrações acontecem com a maioria da população. Para Miriam Pereira, a espécie de luto vivida neste momento é crucial para determinar o futuro daquele atleta. No primeiro momento, é preciso aceitar aquela derrota e logo,  com a aceitação, vem a ressignificação. “É a hora que o atleta vai continuar trabalhando naquele projeto ou vai parar por aí”, afirma.

Matéria por: Camili Guckert – estagiária de Jornalismo


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