Estudante que ficou em estado vegetativo após cirurgia vai passar o primeiro Natal em casa: ‘Esperança de um momento de alegria’, diz pai


Há um ano e nove meses, a família de Larissa Moraes de Carvalho, de 31 anos, aguarda respostas sobre o que levou a jovem a ficar em estado vegetativo devido a um procedimento ortognático, destinado a corrigir alterações no crescimento dos maxilares e mandíbulas. Estudante que ficou em estado vegetativo após cirurgia vai passar o primeiro Natal em casa
O ano de 2024 da família de Larissa Moraes de Carvalho, de 31 anos, que ficou em estado vegetativo após uma cirurgia ortognática em Juiz de Fora, foi inteiramente dedicado ao tratamento da jovem, que era estudante de medicina.
“A vida da nossa família mudou completamente com o ocorrido, e nos concentramos em buscar a melhora dela”, contou o pai Ricardo Carvalho.
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Há um ano e nove meses, a família dela aguarda respostas sobre as causas da parada cardiorrespiratória que ela sofreu depois do procedimento, além das complicações posteriores. Os familiares também esperam uma decisão judicial para garantir o tratamento de neuromodulação pelo plano de saúde. (Veja mais abaixo sobre o assunto).
Ao g1, Ricardo Carvalho disse que, além da assistência multidisciplinar que a filha tem diariamente, ele valoriza momentos de interação com a jovem.
Larissa Moraes de Carvalho durante uma viagem antes da intercorrência
Arquivo Pessoal
“Pensamos sempre no que podemos fazer para que ela tenha reações felizes. Os momentos de maiores alegrias, quando ela esboça um sorriso, são quando está perto da irmã e dos amigos”, explicou.
É com essa intenção de despertar a felicidade e proporcionar experiências leves para Larissa que a família quer comemorar o Natal deste ano.
“No ano passado, não tivemos Natal. Passamos dentro de um hospital, pois ela ainda estava internada após as complicações da cirurgia. Não houve comemoração, foi um Natal em branco, que não existiu. É a esperança de um momento de alegria”.
Ricardo Carvalho ainda contou que a data sempre foi muito especial.
“Sempre comemoramos o Natal aqui em casa, tínhamos o costume de reunir quase 30 pessoas, fazíamos amigo oculto e tudo mais. Era um momento feliz, animado e descontraído. Este ano, terá que ser uma ceia restrita, com menos pessoas, e em um horário em que a Larissa consiga participar”.
Larissa Moraes de Carvalho fazia faculdade de medicina
Arquivo Pessoal
Relembre o caso de Larissa
Como foi a cirurgia ortognática?
Larissa deu entrada na Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora em 16 de março de 2023. Ricardo Carvalho, pai da jovem, contou que a cirurgia foi indicada por dentistas desde que ela era criança.
Parada cardiorrespiratória depois da cirurgia
A família percebeu a parada cardiorrespiratória da estudante logo depois do procedimento, ainda com ela na maca, ao voltar para o quarto.
Segundo os parentes de Larissa, o prontuário médico da jovem indica que ela teria saído da sala de recuperação às 17h45, sendo direcionada ao 9º andar da unidade e chegando lá por volta das 18h02. Neste intervalo de 17 minutos, ninguém havia identificado que algo estava errado com a paciente.
Caso é levado ao MPMG
O caso foi levado ao Ministério Público de Minas Gerais e, em setembro de 2023, o promotor Jorge Tobias de Souza determinou a abertura de uma investigação pela Polícia Civil, que segue.
Além da Santa Casa de Misericórdia, o médico responsável pela cirurgia e a médica anestesista são investigados no processo.
O g1 tentou contato com a defesa deles, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. A unidade de saúde, por sua vez, não se manifesta sobre o assunto desde o início dele.
Família busca na Justiça tratamento de neuromodulação
Após conseguir judicialmente o atendimento em home care, a família moveu ação para garantir outro tipo de tratamento para a jovem: a neuromodulação, de estimulação elétrica cerebral.
Conforme os advogados da família, há recomendação para a neurorreabilitação por meio de neuromodulação personalizada intensiva, um procedimento que consiste na introdução de eletrodos no cérebro para modificar as funções das células que não funcionam corretamente. A técnica seria combinada com estimulação magnética transcraniana, estimulação elétrica por corrente contínua, além de fisioterapia e fonoterapia intensivas.
O pai da estudante argumenta que a família não tem condições financeiras de bancar o tratamento de neuromodulação, que teria um gasto anual de R$ 400 mil. O processo segue em andamento e em segredo de Justiça.
Quem é a estudante de medicina que ficou em estado vegetativo após cirurgia
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