Herança que teria sido motivo para filha mandar matar o pai inclui fazenda, cabeças de gado, imóveis e dinheiro, diz polícia


Mulher tentou movimentar dinheiro três meses após a morte do fazendeiro. Genro da vítima foi o responsável por negociar com assassino, informou a PC. Homem foi morto em Campinorte, Goiás
Divulgação/Polícia Civil
A Polícia Civil informou que a herança que teria motivado a filha a mandar matar o pai inclui fazendas, cabeças de gado, imóveis e dinheiro. A mulher e o marido são suspeitos de encomendar a morte do fazendeiro, que foi assassinado numa emboscada na zona rural de Campinorte, no sul de Goiás.
✅ Clique e siga o canal do g1 GO no WhatsApp
O crime aconteceu em 1º de abril de 2024 e veio à tona depois que o executor do crime denunciou o casal à polícia. Ele fez a denúncia porque não recebeu os R$ 20 mil combinados pelo crime. O homem está foragido.
A Defensoria Pública informou que representou o casal somente durante a audiência de custódia. O g1 não conseguiu identificar a defesa atual dos dois.
Conforme a polícia, a herança incluía 20 alqueires de terra, 110 cabeças de gado, quatro imóveis em Campinorte e uma quantia em dinheiro em conta bancária. A filha da vítima era a única herdeira do fazendeiro.
O delegado Peterson Amin informou que a mulher tentou movimentar o dinheiro do pai na conta bancária e chegou a vender cabeças de gado cerca de três meses depois da morte dele.
Delegado conta que filha que encomendou morte do pai vendeu bens e trocou de carro
A venda causou desconfiança na polícia e “reforçou os indícios que já tinham”. “Ela começou a se desfazer de tudo o que podia, o que gerou estranheza”, disse Peterson.
A filha também tentou negociar imóveis e trocou de veículo, enquanto o genro do fazendeiro comprou um smartphone de alto valor, afirmou a polícia.
De acordo com Peterson, o casal não tinha motivo aparente para precisar do dinheiro da herança com urgência.
“Eles não tinham nenhum tipo de dívida. Era puramente pelo valor da herança mesmo”, afirmou.
LEIA TAMBÉM:
Morte encomendada, emboscada e ameaças: veja os principais pontos de caso em que filha é suspeita de mandar matar o pai por herança de R$ 3 milhões
SOZINHO: Filha suspeita de mandar matar o pai por herança de R$ 3 milhões alega que marido organizou crime e não o denunciou por medo, diz delegado
CALOTE: Assassino parcelou dívida de genro e filha suspeitos de mandar matar fazendeiro por herança de R$ 3 milhões, diz polícia
Sobre o caso
De acordo com a Polícia Civil, o fazendeiro foi morto em uma emboscada, enquanto pilotava uma moto, numa estrava de terra, em Campinorte.
As investigações apontaram que a vítima foi abordada por três homens e atingida por dois tiros. De acordo com a polícia, a filha e o genro da vítima contrataram o assassino. Ele, por sua vez, chamou dois comparsas para cometer o crime, informou a PC. Os comparsas não foram localizados pela polícia.
Depois de presa, a filha do fazendeiro afirmou à polícia que o marido foi o único mandante do crime, segundo o delegado Peterson Amin. Ela alegou que não o denunciou por medo, mas a polícia acredita que ela também tem participação no crime e, por isso, solicitou a sua prisão. O homem permaneceu em silêncio durante o depoimento, de acordo com a PC.
Peterson afirmou que o casal foi preso no dia 20 de dezembro por homicídio duplamente qualificado “pela emboscada e mediante a promessa de pagamento”. A filha e o genro do fazendeiro foram mantidos presos após audiência de custódia, de acordo com o delegado Peterson. A Defensoria Pública informou que representou o casal durante a audiência, cumprindo o dever legal, mas não comentará o caso.
Ameaças
Prints mostram conversa de genro de fazendeiro assassinado e executor do crime, segundo a PC
Divulgação/Polícia Civil
O assassino do fazendeiro ameaçou entregar o casal para a polícia (veja prints acima), depois de não receber os R$ 20 mil combinados pelo crime, de acordo com a PC.
O criminoso chegou a oferecer parcelar a dívida em três vezes: “Você manda R$ 6 [mil] essa semana para mim, eu mando buscar aí R$ 7 mês que vem e R$ 7 no outro mês”, disse o executor.
O marido da suspeita concordou com o parcelamento, mas depois pediu para o executor esperar. “Tu não sabe o que está acontecendo aqui”, disse ele. “Não tá indo um processo ainda. Falei para tu: quando acabar o processo. Aí você vem com essa ameaça para cima de mim”, completou o marido.
“Acho bom não me bloquear de novo, tá bom? Ou me paga ou vai todo mundo para a cadeia, beleza?”, escreveu o suspeito.
O assassino cumpriu a ameaça e denunciou o caso à polícia. “Ele fez um número falso e os denunciou ‘anonimamente’ para polícia. Com fotos, vídeos e print da negociação”, explicou o delegado.
Prints mostram conversa de genro de fazendeiro assassinado e executor do crime, segundo a PC, em Goiás
Divulgação/Polícia Civil
📱 Veja outras notícias da região no g1 Goiás.
VÍDEOS: últimas notícias de Goiás
Adicionar aos favoritos o Link permanente.