Novas imagens mostram motorista saindo de carro e andando embriagado após atropelar cantor de pagode; VEJA


Adalto Mello, de 39 anos, pilotava uma motocicleta quando foi atingido pelo carro conduzido por Thiago Arruda Campos Rosas, de 32, em São Vicente (SP). O motorista foi preso. Imagens mostram motorista embriagado saindo do carro após atropelar cantor de pagode
Novas imagens mostram diferentes ângulos do atropelamento que matou o cantor de pagode Adalto Mello, de 39 anos, em São Vicente, no litoral de São Paulo. Nos vídeos, obtidos pelo g1, também é possível ver o motorista Thiago Arruda Campos Rosas, de 32, descendo do carro e caminhando embriagado em direção à vítima estirada no chão (assista acima).
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O artista pilotava uma motocicleta quando foi atingido por trás pelo carro na Avenida Tupiniquins, no bairro Japuí. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e os profissionais realizaram manobras de ressuscitação no cantor, que não resistiu e morreu no local.
Conforme descrito no processo sobre o caso, obtido pelo g1, as imagens foram fornecidas pelo Centro de Controle Operacional (CCO) de São Vicente à Polícia Civil. A corporação incluiu os conteúdos no inquérito para instruir o auto de prisão em flagrante contra Thiago Arruda.
“[…] Contendo as filmagens das câmeras de monitoramento do local dos fatos, onde é possível se verificar com maior clareza os detalhes do crime e que o indiciado desembarca do veículo pelo lado motorista, não havendo dúvida quanto a autoria”, descreveu o delegado Daniel Pereira de Sousa.
Adalto Mello (à esq.) pilotava uma motocicleta e foi atingido por um carro conduzido por Thiago Arruda Campos Rosas (à dir.)
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Álcool no organismo
O caso aconteceu na madrugada de 29 de dezembro de 2024. De acordo com o boletim de ocorrência, o teste do bafômetro de Thiago deu 0,82 mg/l, um número 2050% acima do limite de 0,04 mg/l, ou seja, 20,5 vezes mais álcool no organismo do que o permitido por lei.
Thiago “apresentava sinais claros de embriaguez com fala pastosa, olhos avermelhados e andar cambaleante”. O homem assumiu ser o condutor do carro e alegou aos policiais que a motocicleta surgiu repentinamente na frente dele, não tendo tempo hábil para desviar ou frear.
Ainda de acordo com o registro policial, Thiago realizou o teste do bafômetro e o resultado apontou 0,82 mg/l [miligrama de álcool por litro de ar expelido pelos pulmões].
Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), 0,04 mg/L é a quantidade que o bafômetro pode tolerar sem penalização ao condutor. Acima desse valor, o motorista está sujeito a penas administrativas, como uma multa e a suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) por 12 meses.
No entanto, se o resultado do teste for igual ou superior a 0,34 mg/l, como foi o caso de Thiago com 0,82 mg/l, o condutor deve ser processado criminalmente. De acordo com o CTB, a pena por dirigir embriagado é de seis meses a três anos de prisão, além da multa e suspensão ou cassação da CNH.
Adalto Mello, de 39 anos, (à esquerda) pilotava uma motocicleta e foi atingido por um carro conduzido por Thiago Arruda Campos Rosas, de 32, (à direita) em São Vicente (SP).
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Prisão
De acordo com o BO, Thiago praticou o crime estando com a capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool. A Polícia Civil decretou a prisão em flagrante que, de acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), foi convertida para preventiva durante audiência de custódia.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que o caso foi inicialmente registrado como homicídio culposo [sem intenção de matar] na direção de veículo automotor. No entanto, após os trabalhos de investigação, a natureza foi alterada para homicídio doloso com dolo eventual [quando se assume o risco de matar, apesar de não ter esse objetivo].
Também por meio de nota, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou ao g1 que Thiago deu entrada no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Praia Grande (SP), na última segunda-feira (30).
Adalto Mello
Adalto Mello deixou a mãe e o filho de 10 anos
Arquivo pessoal
O cantor de pagode também era compositor e formado em Educação Física. Conforme apurado pelo g1, o músico era divorciado e morava com a mãe em Santos (SP). Ele deixou um filho de 10 anos, que era fruto do antigo casamento.
De acordo com a mãe do cantor, Carla Vanessa De Mello Almeida, o filho começou a se apaixonar por música ainda na infância, quando aprendeu a tocar cavaco ao ver o pai com o instrumento. “Aprendeu só de olhar, não fez curso”, disse Carla.
Com menos de 15 anos, ele entrou no coral de uma igreja e passou a cantar e escrever canções. Em seguida, passou a se apresentar em comércios e eventos com um grupo de pagode.
A mãe disse que o sonho dele era viver da música. “Não pelo dinheiro, sucesso, mas pelo amor que ele tinha”, relatou Carla, afirmando que tinha muito orgulho do talento do filho.
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