Poluição na área urbana pode afetar reprodução das araras-canindé e prejudicar genética, aponta pesquisa


Produzido por alunos de pós-graduação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e pelo Instituo Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha do Rio Grande do Sul, o artigo foi publicado na revista Urban Ecosystems e o estudo segue em andamento. Arara canindé
Reprodução/ TV Morena
Um estudo inédito produzido por alunos de pós-graduação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e pelo Instituo Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha do Rio Grande do Sul aponta que os filhotes de arara-canindé (Ara ararauna) nascidos na área urbana de Campo Grande (MS) estão passando por mutações genéticas devido a poluição sonora e de agentes tóxicos.
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Publicado na revista cientifica internacional Urban Ecosystems, o artigo traz o estudo primário de que a falta de planejamento ambiental resulta na perda de espaços verdes e na diminuição da diversidade e da qualidade dos ecossistemas urbanos.
Com o apoio do Instituto Arara Azul, responsável pelo monitoramento e preservação das aves na região, os estudantes da pós-graduação conseguiram comprovar anormalidades nucleares nas células dos filhotes. Conforme o artigo, essas mudanças indicam danos ao material genético das células, que podem comprometer processos fundamentais como a divisão celular e a reparação do DNA.
Segundo o estudo, esses danos, a longo prazo, podem afetar a saúde das aves, tornando as araras mais vulneráveis a doenças, acelerando o envelhecimento e prejudicando a reprodução, o que impacta negativamente na sobrevivência das espécies.
“Os resultados obtidos no estudo são primários, então é importante ressaltar que apesar de termos encontrado as anormalidades, não podemos afirmar como isso afeta de fato as araras em Campo Grande, são necessários mais estudos!”, explicam no artigo.
A pesquisa durou cerca de dois anos. A coleta de amostras foi durante a estação reprodutiva de 2022 (outubro de 2022 a fevereiro de 2023). Ao todo, foram monitorados 180 ninhos e 48 filhotes tiveram as amostras de DNA colhidas.
O artigo, publicado em dezembro de 2024, foi escrito por Maria Eduarda M. Nascimento do programa de pós-graduação em Ciências Veterinárias da UFMS, Larissa Tinoco do programa de pós-graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional da UFMS, Neiva M. R. Guedes do programa de pós-graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional da UFMS, Alda l. Souza do programa de pós-graduação em Ciências Veterinárias da UFMS, Luiz U. Hepp do programa de pós-graduação em Biologia Animal da UFMS, e Larissa Grunitzky do Instituo Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha, Frederico Westphalen, de Santa Maria (RS).
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