Santa Casa de Juiz de Fora bate recorde de transplantes renais em 2024


Instituição mantém, pelo sexto ano consecutivo, a primeira posição em Minas Gerais com o maior número de procedimentos e ocupa o quarto lugar no Brasil. Veja os dados e relembre a técnica inédita realizada no local. Santa Casa de Juiz de Fora, foto de arquivo
TV Integração/Reprodução
A Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora superou o próprio recorde ao realizar 237 transplantes renais em 2024. No mesmo período de 2023, foram 205 procedimentos, ou seja, 15% de aumento em um ano.
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Segundo dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), a instituição mantém, pelo sexto ano consecutivo, a primeira posição em Minas Gerais com o maior número de cirurgias e ocupa o quarto lugar no Brasil.
Desde 1983, o local já realizou 1.873 transplantes renais. Veja abaixo no gráfico os números da unidade de saúde:

Inauguração da UAT
De acordo com a Santa Casa, o número expressivo de procedimentos em 2024 foi impulsionado pela inauguração da Unidade Avançada de Transplantes (UAT).
o sistema ampliou a capacidade de atendimento ao adicionar novos leitos;
e implementou processos que aumentaram em 20% o volume de cirurgias realizadas.
A implementação da UAT teve um impacto significativo na redução da lista de espera para transplantes renais no hospital.
Esse avanço também foi potencializado pela presença de um laboratório próprio de imunologia, exclusivo da Santa Casa, único em Minas Gerais. A estrutura especializada contribui para a aceleração da identificação de doadores compatíveis, o que garante maior agilidade no tratamento dos pacientes.
Doação pareada: processo inédito
Doação pareada: entenda procedimento inédito que permitiu famílias diferentes realizarem ‘troca de doações’ de rins
No ano passado, o Profissão Repórter destacou a técnica ‘do transplante pareado’ desenvolvida no Hospital das Clínicas de São Paulo e colocada em prática na Santa Casa de Juiz de Fora.
🔎 Na reportagem, três pares de familiares ilustraram como essa técnica funciona.
Rosa, Janaína e Vantuil estavam todos em uma situação semelhante: queriam doar rins para os parentes, mas não eram doadores compatíveis.
O transplante pareado trouxe a solução. Os familiares descobriram ser compatíveis com os outros pacientes e a combinação entre as famílias gerou uma ‘troca de doações’. Veja:
Rosa doou para Sérgio, pai de Janaína.
Janaína doou para Maria Aparecida, esposa de Vantuil.
Vantuil, por sua vez, doou para Ana Célia, irmã de Rosa.
Transplante realizado no Brasil, foto ilustrativa
Santa Casa de Misericórdia de Maceió/Divulgação
“A doação pareada é um conceito tecnicamente simples: a gente faz uma troca entre pacientes que são imunologicamente incompatíveis de forma que eles se tornem compatíveis. Todo mundo entrou no centro cirúrgico ao mesmo tempo. Todos os doadores fizeram a doação e todos os receptores receberam um rim, só que não do seu parente, receberam de outra pessoa”, explica a médica nefrologista, Juliana Bastos.
A lei brasileira diz que a doação de órgãos entre vivos só é permitida para cônjuges ou pessoas que tenham parentesco consanguíneo até o quarto grau. O projeto de pesquisa do transplante pareado obteve autorização da Justiça.
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