Coronel alvo da PF em esquema de compra de votos assume chefia da PM no interior de Roraima


Francisco Lisboa assumiu o Comando de Policiamento do Interior (CPI), responsável pela segurança nos 14 municípios do interior, nesta segunda-feira (6). Ele chegou a ser preso em dezembro de 2024, durante operação da Polícia Federal, mas foi solto. Coronel Francisco Lisboa.
Reprodução/Instagram
O coronel da Polícia Militar Francisco Lisboa, investigado pela Polícia Federal por envolvimento em um esquema de compra de votos nas eleições municipais de 2024, assumiu o Comando de Policiamento do Interior (CPI) na manhã desta segunda-feira (6).
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A definição de Lisboa no cargo ocorre quase três semanas depois dele ser exonerado do cargo de subcomandante-geral da Polícia Militar. A mudança dele para o CPI, que é responsável pela segurança no interior do estado, foi divulgada em vídeo nas redes sociais do Comando de Policiamento.
O g1 procurou a PM para saber o motivo da escolha e aguarda o retorno.
Lisboa passa a ocupar o lugar do coronel Orvelan Lopes, que ficou no cargo por um ano e oito meses. No vídeo, ele agradeceu ao governador Antonio Denarium (PP) e o comandante-geral da PM, coronel Miramilton Goiano.
“Quero agradecer aqui ao nosso governador do estado e o nosso comandante-geral a responsabilidade de comandar esses 14 municípios do estado de Roraima”, disse.
O CPI é a unidade da PM responsável pela segurança ostensiva nos 14 municípios do interior e atua como um elo entre o comando-geral, que fica em Boa Vista, e as regiões fora da capital.
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Francisco Lisboa foi preso na operação Martellus que investiga o apoio financeiro do tráfico de drogas para compra de votos nas eleições de 2024, em dezembro do ano passado, mas foi solto depois.
À época ele ocupava o cargo de subcomandante-geral da PM, mas foi exonerado da função menos de um mês depois de ser nomeado.
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A prisão do coronel aconteceu na mesma operação que também prendeu o presidente da Câmara de Boa Vista, Genilson Costa (Republicanos). De acordo com as investigações, Genilson comprava votos dos eleitores em Boa Vista para se reeleger utilizando dinheiro do tráfico de drogas.
O coronel Francisco Lisboa informava o vereador sobre as denúncias de compra de votos recebidas, quebrando o sigilo do canal de comunicação da PM.
A Operação Martellus foi deflagrada no dia 18 de dezembro com o objetivo de desarticular a associação criminosa criada durante o período eleitoral de 2024 para comprar de votos, além de praticar outros crimes eleitorais. Ao menos R$ 1 milhão teriam sido utilizados na compra de votos.
Operação Martellus
Presidente da Câmara de Boa Vista é preso pela PF
A investigação teve início após a prisão em flagrante de dez pessoas no dia 5 de outubro deste ano pelo crime de corrupção eleitoral. Na ocasião, um suspeito, apontado na investigação como líder da campanha de Genilson Costa, teria cooptado eleitores para votar no presidente, que disputava a reeleição ao cargo de vereador no município de Boa Vista.
A equipe de Genilson mantinha uma lista de itens oferecidos a eleitores em troca de votos, conforme investigação da Polícia Federal (PF). As despesas, interceptadas pela investigação, foram compartilhadas no grupo de WhatsApp “Os Top 100”, criado para organizar esquemas de compra de votos com dinheiro do tráfico de drogas nas eleições de 2024, em Boa Vista.
Entre as despesas registradas, a PF identificou R$ 200 para remédios de um amigo, R$ 500 em combustível para um pastor evangélico e R$ 510 para cervejas consumidas em uma reunião política.
No dia 6 de outubro, uma busca e apreensão conduzida pela PF identificou a prática de diversos crimes eleitorais, culminando na prisão em flagrante do candidato pela prática dos crimes de corrupção eleitoral, lavagem de dinheiro e por ter ouro em sua forma bruta em sua residência, o que é crime.
Os investigados poderão ser indiciados pelos crimes de associação criminosa, corrupção eleitoral, falsidade ideológica eleitoral, transporte ilegal de eleitores, violação do sigilo do voto, violação de sigilo funcional, prevaricação e lavagem de dinheiro.
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