Amigos de Feira de Santana lamentam morte do conterrâneo Carlos Pitta


Amigos feirenses como Marcia Porto, Asa Filho, Djalma Ferreira, Edilson Veloso e Reginaldo Tracajá se despedem com muita emoção. Amigos relembram momentos com o cantor Carlos Pitta
Divulgação
A morte do cantor e compositor Carlos Pitta de 69 anos, nesta segunda-feira (7), causou comoção em Feira de Santana, cidade natal que ele levou ao Brasil e ao mundo com sua música. Em entrevista ao G1, artistas locais, como Marcia Porto, Asa Filho, Djalma Ferreira, Edilson Veloso e Reginaldo Tracajá, se relembraram com emoção o legado de Pitta, tanto na música baiana quanto na cultura local.
A cantora Marcia Porto se emocionou ao falar sobre a perda de Carlos Pitta, destacando o impacto que o artista teve na música e cultura de Feira de Santana e no Brasil.
“Hoje, nossa princesa do sertão perde mais uma estrelinha. Carlos Pitta foi um dos grandes responsáveis por colocar o nome de Feira de Santana no Brasil e no mundo. Ele deixou um legado fantástico que orgulha nós feirenses”, destacou Porto, lembrando o impacto de Pitta na música e na cultura da cidade.
Márcia Porto relembra momentos com o cantor Carlos Pitta
Divulgação/Márcia Porto
Ela também recordou com emoção a convivência com Pitta, ressaltando a parceria de longa data e o apoio que o artista sempre ofereceu a novos talentos: “Ele me deu grande força no começo de minha carreira. A primeira música que gravei profissionalmente foi dele, ‘Tambores Neon’. Fica a saudade, mas também o respeito pelo legado que ele nos deixou.”
O cantor, compositor e amigo Asa Filho também relembraram momentos de amizade com o cantor. “Carlos Pitta sempre foi uma pessoa de grande espiritualidade e fé. Ele foi um amigo e um grande talento, e sua carreira é amplamente reconhecida no Brasil,” disse Asa Filho, lembrando o tempo que passaram juntos durante os anos de escola no Colégio Municipal José Lito Amorim.
📱 Acesse o canal no WhatsApp no g1 Feira e região
Já o cantor Djalma Ferreira também se manifestou com tristeza pela perda do amigo, destacando seu impacto na música pela região de Feira de Santana. “Com as músicas dele, principalmente a ‘Cometa Mambembe’, ele se tornou um hino para toda a Bahia e o Brasil”, afirmou Djalma, lembrando as várias gravações de artistas renomados, como a Banda Cheiro de Amor e Amelinha. Ele expressou seu pesar pela partida do amigo e fez votos de conforto à família de Pitta, desejando que Deus o receba em sua morada.
Djalma Ferreira relembra momentos com o cantor Carlos Pitta
Divulação/Djalma Ferreira
Amigos jornalistas também lamentam a perda
O amigo radialista Edilson Veloso falou com emoção sobre a perda de Carlos Bitta, destacando o legado deixado pelo artista na música popular brasileira. Veloso relembrou momentos marcantes da trajetória de Bitta, desde a primeira música que conheceu, Olho da Ilha, aos 14 anos, até sucessos como Menino do Calabar, gravada por Alcione, e Meta Mambembe, uma parceria com o jornalista Edmundo Caroso.
“Cometa Manbembe é um galope que já foi gravado por mais de 50 artistas diferentes. Ela se destaca por ser tocada tanto em carnavais quanto em festas juninas”, afirmou Veloso. Ele lembrou ainda da contribuição de Carlos Bitta ao Axé Music, com composições como Benção e Rebentão, gravadas pelo Cheiro de Amor, e Subúrbios, interpretada por Virgílio.
Edilson Veloso relembra momentos com o cantor Carlos Pitta
Divulgação/Edilson Veloso
Por fim, o jornalista Reginaldo Tracajá, também amigo, lamentou profundamente a perda de Carlos Pitta, destacando sua importância para a música baiana e brasileira. “Carlos Pita era um amante de Feira de Santana, um amante do Fluminense, uma pessoa extremamente educada, uma pessoa finíssima, uma figura de bom trato. Hoje é dia de luto na música baiana, na música carnavalesca, na música do forró”, disse Tracajá.
Tracajá relembra momentos com o cantor Carlos Pitta
Divulgação/Reginaldo Tracajá
Quem foi Carlos Pitta
Nascido em Feira de Santana, a segunda maior cidade da Bahia, Carlos Pitta tinha mais de quatro décadas de carreira, é uma referência na Música Popular Brasileira (MPB) e foi um dos primeiros a identificar o talento de Ivete Sangalo em Salvador aos 17 anos.
Ele tem mais de quinze discos lançados e destaque em ritmos regionais, como forró e xote, além de ter canções gravadas com artistas como Elba Ramalho, Alcione e Margareth Menezes.
Um dos hits mais conhecidos do artista é “Cometa Mambembe”, música imortalizada pelo refrão: “E tenha fé no azul que tá no frevo, que o azul é a cor da alegria. Um cavalo mambembe sem relevo, um galope de Olinda pra Bahia”.
Pitta dividiu palco com nomes como Caetano Veloso, Dominguinhos, Geraldo Azevedo, Belchior, Nando Cordel, Fagner e Ivete Sangalo. Ao longo da carreira, se apresentou em países como Estados Unidos, Alemanha, Itália, Bélgica e na Suíça (no renomado Festival de Montreux).
Um típico estudioso da música, cursou Composição e Regência na Universidade Federal da Bahia em 1975, além de ter trabalhado com compositores da música erudita contemporânia, a exemplo de Ernest Widmer.
🏆 Destaques na carreira
Carlos Pitta estreou com seu primeiro disco em 1979. Intitulado “Águas do São Francisco – Lendas”, a produção é inspirada em cordéis.
Em1982, lançou o disco “Coração de Índio” em parceira com o poeta José Carlos Capinan. Nesse disco foram gravadas músicas de Gilberto Gil, Edu Lobo, entre outros artistas.
Em 1986, com a poetisa Myriam Fraga e o artista plástico Calazans Neto, Carlos Pitta lançou o disco “A Lenda do Pássaro que Roubou o Fogo”, com arranjos do maestro Lindenberg Cardoso e apresentação do escritor Jorge Amado.
Em 1988 veio o primeiro sucesso nacional com a música “Cometa Mambembe” no disco “Feliz”. Nesse disco estão participações de Dominguinhos e Carlinhos Brown.
Em 1996, lançou o cd “Dançando Forró”, com músicas autorais e clássicos de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro.
No cinema, Carlos Pitta produziu trilhas para os filmes Boi Arauá, longa metragem em desenho animado de Chico Liberato, e Ciganos do Nordeste, de Olney São Paulo.
Em 2000, Pitta atuou com Belchior em um projeto que levou MPB para centros culturais do interior da Bahia.
Fonte: blog do artista
Prefeito lamenta morte
O prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo de Carvalho, emitiu nota de pesar após a morte de Carlos Pitta. Ele destacou que artista feirense construiu uma carreira sólida e admirada
“A morte de Carlos Pitta representa uma grande perda para a música e para a nossa cidade. Ele foi um grande artista que deixou um legado imensurável. Seus álbuns, suas composições e suas apresentações ficarão para sempre na memória do nosso povo”, afirmou o prefeito.
Veja mais notícias de Feira de Santana e região.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.