Preços dos imóveis residenciais sobem, em média, quase 8% em 2024


O resultado superou a inflação registrada pelo IBGE nos últimos 12 meses até novembro. Preços de imóveis subiram quase oito por cento em 2024
Em 2024, os preços dos imóveis residenciais subiram bem mais do que a inflação.
O segurança Helder Alessandro Martins trabalha em um restaurante e numa transportadora, em Belo Horizonte. Tudo isso parece pouco quando vem a vontade de comprar a casa própria.
“Ainda mais pagando aluguel e pagando imóvel. Não tem como, muito caro. Agora está longe esse sonho aí. Está bem distante”, afirma Helder Alessandro Martins.
O índice FipeZap de venda residencial encerrou 2024 em quase 8%. É o maior desde 2013, quando o se aproximou dos 14%. O resultado superou a inflação registrada pelo IBGE nos últimos 12 meses até novembro.
“Esse cenário está relacionado com a economia brasileira. No começo do ano, a gente não imaginava que o PIB cresceria o montante que cresceu e também não imaginava que o mercado de trabalho ficaria aquecido”, afirma Paula Reis, economista do DataZap.
A pesquisa avaliou o preço de imóveis em 56 cidades – entre elas, 22 capitais. Curitiba registrou um aumento de 18% em 2024. Seguida por Salvador, João Pessoa, Aracaju e Belo Horizonte. O preço médio do metro quadrado, nas cidades pesquisadas, ficou em R$ 9.336. Significa que um apartamento de 50 m² pode valer quase R$ 500 mil. A pesquisa também indicou que os imóveis de apenas um quarto foram os que ficaram mais caros.
“Há uma escassez de terrenos, especialmente nas regiões mais valorizadas, e isso gera essa compactação dos apartamentos, para poder comportar mais pessoas e também ter um custo geral mais baixo”, afirma Paula Reis, economista do DataZap.
Preços de imóveis subiram quase oito por cento em 2024
Reprodução/TV Globo
O representante da Câmara Brasileira da Indústria da Construção explica que o custo dos insumos e a alta demanda influenciaram nos preços. E que os juros em alta também pensam.
“Mais importante do que o aumento de preço é a gente falar da taxa de juros. A maioria das famílias vai precisar de um financiamento imobiliário para realizar o sonho da casa própria. E a falta de recursos do FGTS, aliada ao aumento da taxa Selic, dificultam a tomada de financiamento pelo adquirente”, explica Renato Michel, presidente do Comitê de Economia da Câmara Brasileira da Indústria da Construção.
A Érica Bicalho de Souza Lima, advogada e perita imobiliária, se mudou há dois meses para o primeiro apartamento. Foram cinco anos guardando cerca de 40% da renda mensal e todo ganho extra. Tudo na ponta do lápis.
“É bom a pessoa se planejar, ter disciplina, fazer realmente planilhas, ter isso em mente mesmo. É acreditar que você é capaz de conseguir, que você vai conseguir”, diz.
Preços de imóveis subiram quase oito por cento em 2024
Reprodução/TV Globo
LEIA TAMBÉM
Casa própria: preços de imóveis disparam quase 8% em 2024; veja as capitais mais caras
Reforma tributária: mudanças agradam setor, mas preços de imóveis e aluguéis podem subir
Adicionar aos favoritos o Link permanente.