Polícia Federal alerta sobre a ação de abusadores na internet durante as férias escolares

A Polícia Federal (PF) faz um alerta sobre os riscos de ação de abusadores na internet contra crianças e adolescentes no período das férias escolares. A iniciativa se deu pelo aumento de denúncias desse tipo de crime entre dezembro e janeiro. De acordo com a PF, pesquisas recentes mostram que oito a cada dez adolescentes brasileiros já estão nas redes sociais. Portanto, a supervisão e orientação se fazem necessários, para garantir a segurança e o bem-estar das crianças e adolescentes.

Ação de abusadores na internet em números

A corporação apresentou dados que reforçam a importância do debate. Por exemplo, a cada oito minutos, uma criança é vítima de violência no Brasil. Confira abaixo outros dados:

  • – Basta apenas 7 minutos para um abusador experiente atrair uma criança e marcar um encontro com ela estando na escola ou em casa;
  • – Uma foto de nudez da criança chega a valer R$ 5.000, e um vídeo com cenas de abuso, R$ 10.000 mil no submundo da deepweb;
  • – No ano de 2024 foram realizadas pela Polícia Federal em todo o Brasil 719 operações com 293 presos e 661 mandados de busca cumpridos;
  • – Pernambuco teve, em 2024, 20 operações com 31 presos e 15 mandados de busca cumpridos. Dentre os presos estão: professores, animadores de festas infantis, motoristas de escolas, parentes das crianças (pais, tios), policiais, servidores públicos, entre outros.

No período de 2021 a 2023, o Brasil teve 164.199 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes até 19 anos. Os dados são do relatório Panorama da Violência Letal e Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil, divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). O documento mostra a trajetória crescente do número de vítimas. Foram 46.863 casos em 2021, 53.906 em 2022 e 63.430 em 2023, o que equivale a um caso a cada oito minutos.

Principais crimes

Dos principais crimes cometidos contra crianças e adolescentes estão o armazenamento, compartilhamento a produção e a venda de conteúdo pornográfico infantil. As penas somadas ultrapassam os 26 anos de reclusão. Em janeiro de 2024 tais crimes passaram a ser considerados hediondos, portanto, sem direito à fiança.

Os abusadores de crianças utilizam Lan Houses, para não serem identificados. Usam perfis falsos, onde negam idade, nome, endereço e se fazem passar por crianças ou adolescentes. Também usam informações fornecidas pela própria criança em suas redes sociais para atrair a atenção delas. Abordam temas sexuais de forma bem sutil usando fábulas para reduzir a sua inibição e cativá-la. Perguntam onde fica o computador na casa e se se existe algum adulto vendo a conversa dos dois. Procuram se interessar pelos problemas da criança quando ela está triste, prometendo proteção e ajuda. Convencem a criança a ligar sua webcam para fotografá-la e filmá-la em conteúdo íntimo. Ameaçam de morte os pais para que a criança não conte nada para ninguém.

As crianças, quando sofrem algum tipo de abuso, tendem a mudar de comportamento ficando retraídas, deprimidas, isoladas e tristes. Apresentam também choro em demasia, além de queda no rendimento escolar e dificuldade na aprendizagem. Elas também não querem mais frequentar as aulas, quando o abusador é da escola. Já quando o abuso é dentro de casa, as crianças não querem ficar perto do parente. Se tornam agressivas querendo bater em outras crianças. Desenvolvem uma perda violenta da autoestima com a sensação de não ter nenhum valor e se punem, com violência física.

Aqui vão algumas dicas de segurança da PF:

Os pais devem ter um vínculo de amizade e cumplicidade com seus filhos. A correria do dia a dia faz com que as famílias não possam mais manter um diálogo franco e aberto com seus entes queridos. E o resultado disso são pais que não sabem mais nada sobre os problemas que seus filhos estão passando. Recomenda-se pelo menos dez minutos de conversa diariamente com seu filho para saber como foi o dia dele com perguntas do gênero: “Como foi o seu dia hoje? Conheceu novas amizades? Notou alguma coisa ou alguém estranho próximo de você? Ficou chateado com alguém?”. Tais perguntas vão proporcionar aos filhos uma sensação de segurança e conforto com seus pais e um hábito extremamente saudável. Então, ao menor sinal de perigo, a criança procurará seus pais para conversar, e nunca um estranho.

Não permita altas horas de exposição na internet. A Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Sociedade Brasileira de Pediatria recomendam que os pais estabeleçam limites de uso dos celulares e computadores aos seus filhos. A primeira recomendação é que crianças de 0 a 2 anos não devam ser expostas a telas em nenhum momento. Um período de uma hora por dia para crianças de 2 a 5 anos, de uma a duas horas por dia entre 6 e 10 anos, e de duas a três horas para adolescentes, dos 11 aos 18 anos. Alguns adolescentes ultrapassam a linha da normalidade rumo à compulsão. Neste caso, ofereça alternativas ao seu filho para fazer outra coisa, como passar tempo juntos em cinemas, corridas, teatros, restaurantes, shoppings, parques, praias, entre outras atividades.

Os pais devem ter um conhecimentoOS PAIS DEVEM TER UM CONHECIMENTO BÁSICO DE INTERNET E COMPUTAÇÃO, PRINCIPALMENTE SOBRE REDES SOCIAIS: – Não precisam ser usuários assíduos ou experts das redes sociais, mas sim conhecê-las e para entender como funciona, porque como os pais poderão instruir seus filhos se eles forem ignorantes nesta área sem ter nenhum tipo de conhecimento e habilidade? Entre regularmente no perfil do seu filho para ver o que ele tem postado e com quem tem iniciado amizades. Essa ação deve ser realizada todas as vezes que houver indícios sérios de que algo está errado. Proibir não educa e nem previne o melhor caminho é o diálogo e a orientação. Quando o diálogo entre pais e filhos é natural, a amizade entre eles no meio digital se torna uma extensão da relação doméstica.

OS PAIS DEVEM ALERTAR E CONSCIENTIZAR A CRIANÇA SOBRE OS PERIGOS QUE ELA PODE ENCONTRAR E ENSINÁ-LO A EVITÁ-LOS: (alertas como: não colocar informação pessoais em demasias tais como: números de documentos, endereço residencial ou da escola, nome dos pais, foto da frente de sua residência, foto do carro com a placa exposta, da fachada do colégio, fotos com rol de amigos e jamais adicionar quem não se conhece; Nunca expor nem tirar fotos íntimas e jamais deixar estranhos ou adultos tocar em partes seu corpo íntimo informando sobre o bom e o mau toque. Não incluir desconhecidos em seu rol de amizades, mantendo apenas as pessoas que conhece fora do ambiente virtual, como os parentes, colegas de escolas e do condomínio;

SE POSSÍVEL, DEIXE O COMPUTADOR NUM CÔMODO PÚBLICO E VISÍVEL DA CASA para que em qualquer momento possa ser visualizado o que a criança está acessando.

*Com informações da assessoria.

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