Verão: os perigos da exposição solar na terceira idade

De acordo com a Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC), fevereiro é o mês mais quente no estado. No verão, a temperatura pode atingir valores próximos de 40C a depender da Região. Por isso, é importante se atentar aos perigos da exposição solar e os cuidados necessários, em especial a população idosa, por ser ainda mais suscetível aos impactos do sol no dia a dia.

A vida antes do protetor

O primeiro protetor solar chegou ao Brasil em 1984 pela empresa Johnson & Johnson que lançou a marca Sundown nos fatores 4, 8 e 15. Isso significa que as pessoas nascidas antes de 1984 nunca tiveram o hábito de usar protetor solar quando iam à praia ou em locais ao ar livre.

Lúcia Helena Silva foi uma dessas pessoas. A juventude dela foi nos anos 60, quando a moda entre os jovens no Recife era ir à praia se bronzear. “Em 68 eu tinha 15 anos. Nós jovens adorávamos ir à praia. Nós íamos à praia no sábado e no domingo, religiosamente. Não existia preocupação em relação à proteção à pele, não existia o hábito de ir ao dermatologista. Nossa preocupação era bronzear a pele”, contou.

Lúcia também disse que era comum a criação e utilização de misturas caseiras para o bronzeamento. As combinações que seu grupo de amigos costumava fazer envolviam olé Johnson, suco de beterraba e Coca Cola. A aposentada ainda comentou que em um momento chegaram a usar até mesmo óleo de avião em uma das misturas. 

O líquido era aplicado no corpo para gerar um efeito “dourado” na pele. “Graças a Deus, nunca tivemos nenhum problema na pele. Essa mistura de certa forma protegia. Na época, não se ouvia falar em câncer de pele, para a gente não existia”, disse evidenciando os riscos que as pessoas se submetiam sem se dar conta das consequências da prática.

Os perigos da falta de proteção

Um artigo publicado em 2024 sobre as internações de câncer de pele no Nordeste, revelou Pernambuco como o estado com o maior número de hospitalizações. De acordo com o estudo, a maioria das vítimas está na faixa dos 60 anos. 

Questionada sobre isso, a médica dermatologista Mariana Távora disse que pessoas com mais idade apresentam maior probabilidade de desenvolver danos traumáticos e solares. “Com o envelhecimento, a barreira natural de proteção da nossa pele vai ficando mais fragilizada, o que gera uma diminuição da hidratação e afinamento da pele. Consequentemente, a nossa pele fica mais suscetível aos danos solares, gerando as famosas manchas senis, que podem ser aquelas manchas esbranquiçadas ou amarronzadas nas pernas e braços, locais de maior exposição solar.”

A dermatologista ainda alertou sobre o perigo das misturas que eram utilizadas antigamente. “Existem muitos produtos que são usados para estimular o bronzeamento que são extremamente perigosos e ao serem aplicados na pele podem gerar dermatite (irritação) e potencializar uma queimadura solar, o que acaba aumentando os efeitos da radiação ultravioleta”, alertou.

As consequências podem ser tanto imediatas com o surgimento de queimaduras solares ou mais tardias com o fotoenvelhecimento da pele, afinamento, perda da elasticidade, aumento das manchas solares e do risco de câncer de pele. “Sabemos que a exposição solar cumulativa, no decorrer dos anos pode gerar vários danos na pele. O principal dano que devemos citar é o câncer de pele, principalmente o câncer de pele do tipo Carcinoma Basocelular (CBC) e o carcinoma espinocelular (CEC), que se devem à exposição contínua e intensa ao sol”, explicou.

Mas então como se proteger?

A dermatologista enfatizou a importância da proteção solar. O consumidor na melhor idade deve escolher um creme protetor com um fator maior ou igual a 60 e ainda reaplicar o produto a cada duas horas de exposição ao sol. “O ideal é que o protetor seja eficaz contra os raios UVA e UVB, os dois tipos de raios ultravioleta que prejudicam a pele. A pele também costuma ficar mais seca com a idade, porque o funcionamento das glândulas sebáceas vai diminuindo com o tempo. Por isso, é importante que o idoso use um protetor solar mais oleoso para evitar que a pele desidrate.”, esclareceu.  

Na hora de aplicar o protetor solar, a dermatologista recomenda utilização de uma quantidade de creme correspondente a duas colheres de chá para o rosto e o pescoço, sem esquecer da reaplicação do produto a cada duas horas de exposição ao sol. Ela também diz que é importante priorizar os meios físicos de proteção como chapéus, viseiras, óculos de sol, camisas UV e ambientes com sombra.

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