Verão de 2025 pode trazer epidemia de dengue ainda mais grave em SC, alerta especialista

O aumento do volume de chuvas neste verão acende um alerta para uma epidemia de dengue ainda mais severa em Santa Catarina. O médico infectologista e professor universitário, Dr. Marcelo Ducroquet, explica que a junção de altas temperaturas e precipitações intensas favorece a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.

“O mosquito Aedes aegypti depende de água para se reproduzir e, com as chuvas intensas, a quantidade de criadouros aumenta. Isso resulta em uma maior população do vetor e, consequentemente, em mais casos de dengue. Os meses de janeiro, fevereiro, março e abril são os mais críticos, pois reúnem os dois fatores essenciais para a proliferação: calor e umidade”, alerta o especialista.

Outro fator preocupante, segundo Dr. Marcelo, é a continuidade dos reservatórios de larvas do ano anterior. Isso significa que cidades que não registravam surtos anteriormente podem agora enfrentar uma situação mais grave. “Como a temporada passada já foi intensa, a tendência é que a epidemia se agrave a cada ano, especialmente em municípios onde a dengue ainda não era tão comum. O acúmulo de larvas de anos anteriores pode aumentar significativamente os casos”, pontua.

Formas da doença e grupos de risco

O especialista também destaca a diferença entre os tipos da doença. Enquanto alguns pacientes apresentam sintomas clássicos, como febre alta e dores no corpo, outros podem desenvolver a forma mais grave, conhecida como dengue hemorrágica. “Esse quadro ocorre quando há alterações na coagulação sanguínea, resultando em hemorragias espontâneas, como sangramento na gengiva, no intestino, na pele ou mesmo hemorragias internas”, explica Dr. Marcelo.

Grupos de risco incluem pessoas com doenças preexistentes, como insuficiência cardíaca, renal ou pulmonar, além de crianças, idosos e aqueles que já tiveram dengue anteriormente. “Quem já contraiu a doença tem maior risco de desenvolver a forma grave. Isso acontece porque os anticorpos gerados anteriormente podem não ser totalmente protetores e, em alguns casos, facilitam a entrada do vírus no organismo, aumentando a carga viral e tornando o quadro mais severo”, acrescenta.

Diante desse cenário preocupante, Dr. Marcelo reforça a importância da prevenção. “Combater a dengue é uma responsabilidade coletiva. É essencial eliminar possíveis criadouros, evitando o acúmulo de água parada em pneus, vasos de plantas, garrafas e outros recipientes”, orienta.

A atenção deve ser redobrada nos próximos meses, quando o período de calor e chuvas propicia um aumento expressivo na população do mosquito. Ações simples, como cobrir reservatórios de água e manter quintais limpos, podem ser decisivas para evitar um surto ainda mais grave da doença.

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