Ex-policial penal que matou tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu deve ser julgado na terça-feira (11); relembre o crime


Ex-policial penal Jorge Guaranho é réu por matar Marcelo Arruda em 2022. Após três adiamentos e um pedido de desaforamento, júri será realizado em Curitiba. Relembre caso de ex-policial penal que matou tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu
Está marcado para terça-feira (11) o júri popular do ex-policial penal Jorge Guaranho, que é réu por homicídio duplamente qualificado pelo assassinato de Marcelo Arruda, guarda municipal e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.
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O crime, que teve repercussão nacional, aconteceu em julho de 2022, quando Marcelo comemorava o aniversário de 50 anos de idade com uma festa temática do PT. No local, ele foi baleado pelo ex-policial – na época simpatizante do então presidente Jair Bolsonaro. O conflito foi filmado por uma câmera de segurança.
Arruda revidou os disparos e chegou a ser atendido, mas morreu um dia depois.
Câmera registrou momento em que atirador invadiu festa e matou guarda municipal que era tesoureiro do PT, em Foz do Iguaçu
Reprodução
A seguir, o g1 relembra o crime, os adiamentos do júri popular e detalha como deve ocorrer o julgamento, que será no Tribunal do Júri de Curitiba e que pode se estender até a quinta-feira (13), se necessário, de acordo com a Justiça.
O crime, segundo a polícia
Os adiamentos do júri e pedido de desaforamento do caso
Como será o júri?
1. O crime, segundo a polícia
Cronologia: assassinato de tesoureiro do PT
O crime foi em 9 de julho de 2022.
Segundo a Polícia Civil, o ex-policial penal estava em um churrasco, quando ficou sabendo que a festa de Marcelo estava acontecendo.
A investigação apontou que o atirador tomou conhecimento por meio de uma outra pessoa que estava com ele e tinha acesso às imagens de câmera de segurança da associação onde o aniversário de Marcelo era realizado.
A investigação concluiu que, após saber da festa, o réu deixou o churrasco, acompanhando da esposa e do filho bebê – na época com cerca de três meses – e foi para o local onde ocorria a comemoração do aniversário.
Depois, chegando no local ouvindo música alta em alusão ao bolsonarismo, ele e Arruda tiveram uma discussão e o aniversariante o expulsou do local, atirando um punhado de terra contra o carro dele.
Dentro e fora do salão: vídeos sincronizados mostram assassinato de petista por bolsonarista no PR
Cerca de 10 minutos depois, o policial penal voltou ao local e, armado, disparou contra Marcelo, que revidou usando a arma que portava.
Segundo a polícia, Guaranho fez três disparos, e Arruda revidou com 13 tiros.
Arma 1 usada por Arruda/Arma 2 usada por Guaranho
Instituto de Criminalista
O Boletim de Ocorrência do caso disse que, conforme testemunhas, Guaranho chegou no local gritando “Aqui é Bolsonaro”.
Na época, ele usava as redes sociais para se identificar como apoiador do hoje ex-presidente.
Em 2022, ex-policial penal se identificava nas redes como apoiador de Bolsonaro
Reprodução/Twitter
O guarda municipal foi socorrido, mas morreu na madrugada seguinte, em 10 de julho. Marcelo deixou quatro filhos, um deles bebê, com pouco mais de 40 dias de vida.
Guaranho também foi atingido. Após alvejar Arruda, o então policial foi agredido por convidados presentes na festa de Marcelo.
Ele foi internado no Hospital de Foz do Iguaçu, chegou a ficar em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), até ter alta e ser encaminhado ao Complexo Médico-Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, onde ficou preso até setembro 2024.
Atualmente, Guaranho cumpre prisão domiciliar.
Ex-policial penal Jorge Guaranho
Reprodução
2. Os adiamentos do júri e pedido de desaforamento do caso
Inicialmente o júri que analisaria o caso estava marcado para 7 de dezembro de 2023. Depois, foi remarcado para o dia 4 de abril de 2024. Nesse dia, o julgamento começou, mas foi suspenso depois de a defesa do ex-policial penal abandonar o plenário. O réu não chegou a ser ouvido.
Começa o júri popular de Jorge Guaranho, em Foz do Iguaçu
RPC
O julgamento, então, foi remarcado para 2 de maio de 2024, mas, em 26 de abril, foi novamente suspenso atendendo ao pedido da defesa de Guaranho, que queria mudar o local do júri de Foz do Iguaçu, onde ocorreu o crime, para Curitiba.
A decisão da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) atendeu ao pedido da defesa do réu que argumentou que a realização do julgamento em Foz do Iguaçu possibilitaria o risco de parcialidade dos jurados convocados.
3. Como deve ser o júri em Curitiba?
O petista Marcelo Arruda (esq.) foi morto por Jorge Guaranho (dir.), pelo então simpatizante do ex-presidente Bolsonaro
Reprodução
Nesta terça-feira (11), Inicialmente será feita a formação do Conselho de Sentença – ou seja, a escolha dos sete jurados.
Depois, serão ouvidas as cinco testemunhas indicadas pela acusação e, na sequência, as cinco indicadas pela defesa. Entre elas, estão familiares e amigos de Marcelo e Guaranho.
O réu, Jorge Guaranho, será o último a ser ouvido.
Na sequência, começarão os debates entre a acusação e a defesa. Promotor e defesa do réu terão uma hora e meia cada para apresentar argumentos, com possibilidade de aumento de tempo se o juiz entender necessário.
Após os debates, o júri popular irá para a fase chamada de quesitação, que é quando os jurados serão questionados se condenam ou absolvem o réu.
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Arte/g1
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