Polícia conclui inquérito e indicia por feminicídio homem suspeito de atear fogo em carro de jovem desaparecida


Carro de Michele Pedroso Gavioli, de 26 anos, foi encontrado em chamas às margens da Rodovia Castello Branco (SP-280), em Sorocaba (SP), em novembro de 2024. Um corpo, ainda não identificado oficialmente pelas autoridades, foi encontrado carbonizado no interior do veículo; jovem é considerada desaparecida desde então. Michele Pedroso Gavioli está desaparecida desde novembro de 2024
Arquivo pessoal
A Polícia Civil concluiu, neste sábado (8), o inquérito das investigações referentes ao corpo carbonizado encontrado dentro de um carro na Rodovia Castello Branco (SP-280), em Sorocaba (SP), em novembro de 2024. Joberson da Silva Filho, namorado da proprietária do veículo, que está desaparecida desde então, foi indiciado por feminicídio.
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Ao g1, a corporação esclareceu que, apesar de a identidade do corpo encontrado ainda não ter sido confirmada oficialmente, a delegada responsável pelo caso, Márcia Cruz, possui convicção de que há ligação entre o corpo e o desaparecimento da jovem, resultando no indiciamento.
O suspeito, que estava preso no Rio de Janeiro (RJ) desde 19 de novembro, foi transferido ao interior de São Paulo na quinta-feira (6), onde está à disposição da Justiça. A polícia segue aguardando os laudos periciais do corpo para reforçar as provas colhidas até o momento.
Relembre o caso
Corpo foi encontrado carbonizado dentro de carro
Artesp/Divulgação
Na madrugada de 16 de novembro, o veículo de Michele foi encontrado em chamas às margens da Rodovia Castello Branco, em Sorocaba. A ocorrência foi comunicada pela concessionária que administra o trecho e atendida por equipes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar Rodoviária.
Ao controlarem as chamas, os bombeiros encontraram uma vítima no interior do veículo já sem vida. A princípio, as equipes de resgate afirmaram que tratava-se de um homem, porém, o sexo da vítima não foi identificado, sendo solicitado um exame necroscópico.
A Polícia Civil confirmou, três dias depois, que o carro pertencia à Michele Pedroso Gavioli, de 26 anos, que é considerada desaparecida desde então. O jovem é moradora de Itu (SP). O corpo foi enviado ao Instituto Médico Legal (IML) para constatar a identidade da vítima.
Segundo apurado pela TV TEM, a polícia encontrou um facão com vestígios de sangue dentro da casa de Michele, que fica no bairro Cidade Nova. De acordo com o boletim de ocorrência, havia manchas de sangue em alguns cômodos da casa. A família afirma que ela e Joberson estavam juntos havia cinco meses.
Uma câmera de segurança registrou o momento em que Joberson carrega Michele, desacordada, dentro do veículo que foi encontrado em chamas. Nas imagens, é possível ver que ela e o namorado chegam juntos à casa da mulher, às 2h. Uma hora depois, ele sai com Michele no colo, a coloca no veículo e sai em seguida (assista abaixo).
Mulher desaparecida foi levada desacordada por companheiro à carro encontrado carbonizado
O pai da jovem, Reginaldo Gavioli, conta que, devido à falta de arcada dentária no corpo encontrado dentro do veículo, foi necessária a coleta de material de DNA para comparação. Por conta disso, o exame que vai apontar se o corpo é ou não de Michele pode demorar até seis meses para ter um resultado, já que será encaminhado para São Paulo.
“Como o corpo estava carbonizado, não teria como ter certeza que era ela. Então, tive que fazer exames. Quando fiz, eu perguntei ao doutor quanto tempo demoraria, e ele me disse que o máximo seria seis meses, mas talvez possa sair com quatro ou cinco meses. O que eu mais quero é finalizar isso, porque está doendo muito dentro da gente”, lamenta.
Joberson, que até então estava foragido da Justiça, foi encontrado e preso no bairro Flamengo, na capital fluminense, em 19 de novembro. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar do RJ.
Suspeito de envolvimento no desaparecimento de jovem em Itu (SP) foi preso no Rio de Janeiro
Polícia Militar/Divulgação
Ex-namorada relata abusos
Ao g1, a ex-namorada de Joberson, que preferiu não se identificar, contou que sofreu diversos tipos de abuso, como físicos, mentais e sexuais, quando se relacionou com o suspeito.
“Ele reclamava se eu saía com amigos, reclamava das minhas roupas, não podia sair sem avisar. Desde o começo, sempre demonstrou ser agressivo e possessivo, me chamava de cínica e de falsa e, quando ficava bravo, quebrava as coisas, celulares, computadores, coisas assim”, relata.
A jovem ainda acrescenta que ouvia brincadeiras com tons de ameaça sempre que Joberson se irritava com ela, além de que ele insinuava que possuía uma arma. “Ele dizia: ‘se você me trair, eu vou te matar’ e me ameaçava, dizendo: ‘a arma está ali, está guardada'”, conta.
“Ele destratava a família dele, gritava comigo, com a minha mãe, até já me forçou a ter relações sexuais que eu não queria com ele, me batendo e me enforcando. Eu sabia que ele era instável, mas não imaginava que poderia ser capaz de algo (envolvimento com o sumiço) assim”, finaliza.
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