Superlotada com mais de 800 animais e gastos acima de R$300 mil ONG Viva Bicho paralisa acolhimento

A ONG Viva Bicho anunciou recentemente que não receberá mais animais em seu espaço, devido a superlotação na instituição. Mais de 800 animais estão alojados em um espaço com capacidade para no máximo 400.

 Em um ofício encaminhado à prefeita Juliana Pavan (PSD) no fim do mês de janeiro, a entidade afirmou que não será mais possível abrigar cães e gatos pela falta de infraestrutura no local.

A superlotação sempre foi um dos principais desafios da ONG. Com o aumento dos casos de abandono e maus tratos, além da falta de incentivo ao acolhimento e à adoção, muitos animais acabam sendo “largados” para que a instituição cuide deles. 

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O repasse municipal não cobre todas as despesas da entidade. Os gastos mensais ultrapassam R$300 mil, incluindo alimentação, tratamento veterinário e pagamento dos funcionários.  Entretanto, o convênio firmado com a prefeitura prevê um repasse de apenas R$144 mil, valor suficiente para custear o atendimento de 400 animais — número estabelecido no acordo entre a prefeitura e a ONG. Pelo convênio, a Viva Bicho ficaria responsável por acolher os animais resgatados pela campanha Abraço Animal.

“Como não se tem um canil municipal, a prefeitura se aproveita da ONG e esquece que, para acolher os animais, precisamos de espaço”, desabafou Eduardo Capella, presidente voluntário da instituição. Segundo ele, a Viva Bicho não tem mais infraestrutura para receber novos animais. 

Acordo para acolher animais 

Recentemente, a ONG Viva Bicho e a prefeitura firmaram um acordo para que a entidade acolhesse animais vítimas de abandono e maus tratos no município. No entanto, no dia 31 de janeiro, a organização enviou um ofício anunciando a paralisação no acolhimento de animais.

“Todo animal adulto em necessidade de atendimento será tratado e devolvido ao local de origem”, informou a entidade no documento encaminhado à prefeitura.

O que diz a prefeitura?

Em contato com o Secretário do Meio Ambiente, Nelson Oliveira, foi informado que ações foram tomadas após o envio do ofício às autoridades. No entanto, a secretária não pode auxiliar com altos valores devido ao decreto da prefeita Juliana Pavan referente ao corte de gastos.

O secretário informou que será repassado mais R$12 mil para o convênio da ONG Viva Bicho, totalizando R$156 mil de convênio, além de destacar que frentes estão atuando para estudar medidas de apoio à instituição.

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“Se dobrou em poucos meses, a tendência é que isso esteja de forma descontrolada. Vamos ter que estudar uma maneira de ajudá-los a ver como vamos controlar e tratar dessa situação que saiu do controle deles”, relatou Oliveira

Questionado sobre melhorias na infraestrutura, o secretário explicou que o município não pode atuar na ampliação ou reforma da Viva Bicho, pois o terreno não pertence à prefeitura, o que inviabiliza qualquer ação nesse sentido. 

”Temos vontade de melhorar as condições da ONG, mas somos impedidos legalmente de fazer aportes nesse sentido”, afirmou Oliveira.

Durante a entrevista, o secretário também mencionou que o município tem interesse em criar um canil municipal para acolher animais resgatados.

 “A vontade é que tenhamos um espaço público, para que a gente não dependa exclusivamente do convênio”, explicou Oliveira, destacando que a criação de um canil é uma necessidade para a cidade.

Matéria por: Érica Guckert – estagiária de Jornalismo


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