Bolo envenenado: Mulher acusada de envenenar familia é encontrada morta na prisão

Deise Moura dos Anjos, investigada por envenenar a família do marido com bolo envenenado, contaminado por arsênio, foi encontrada morta dentro da Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, no Rio Grande do Sul.

O corpo foi localizado na manhã desta quinta-feira, 13, durante a conferência diária dos agentes penitenciários.

Segundo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a morte ocorreu por “asfixia mecânica autoinfligida”, ou seja, enforcamento.

A Polícia Penal informou que Deise estava sozinha na cela e foi encontrada já sem sinais vitais.

Os agentes tentaram prestar socorro, mas a morte foi confirmada no local pelo Samu.

A Polícia Civil e o Instituto-Geral de Perícias (IGP) foram acionados para investigar as circunstâncias do caso.

Suspeita de múltiplos assassinatos através do bolo envenenado

Deise foi presa temporariamente em 5 de janeiro deste ano, após a morte de três pessoas da família do marido.

O crime aconteceu na véspera de Natal, em Torres, no Litoral Norte do RS. Na ocasião, sete pessoas da mesma família estavam reunidas em uma casa quando começaram a passar mal após comer um bolo de frutas cristalizadas.

As vítimas fatais foram Tatiana Denize Silva dos Anjos, Maida Berenice Flores da Silva e Neuza Denize Silva dos Anjos, que morreram em poucas horas devido a paradas cardiorrespiratórias e choque pós-intoxicação alimentar.

Zeli dos Anjos, sogra de Deise e apontada como o principal alvo do crime, sobreviveu após ser hospitalizada.

Uma criança de 10 anos também precisou de atendimento médico, mas recebeu alta dias depois.

A Polícia Civil descobriu que a farinha usada no bolo havia sido envenenada com arsênio.

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Durante as investigações, a polícia também passou a suspeitar que Deise estava envolvida na morte do sogro, Paulo Luiz dos Anjos, que faleceu em setembro após consumir bananas e leite em pó levados à casa dele pela nora.

Transferência por segurança

Inicialmente, Deise ficou detida no Presídio Estadual Feminino de Torres, mas sua prisão foi prorrogada e, em 6 de fevereiro, ela foi transferida para a penitenciária de Guaíba por questões de segurança.

A Polícia Penal emitiu uma nota oficial sobre o caso:

“A Polícia Penal informa que, durante a conferência matinal na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, a presa Deise Moura dos Anjos foi encontrada sem sinais vitais.

Imediatamente, os servidores prestaram os primeiros socorros e acionaram o Serviço de Atendimento Médico de Urgência que, ao chegar no local, constatou o óbito.

Deise estava sozinha na cela. As circunstâncias serão apuradas pela Polícia Civil e pelo Instituto-Geral de Perícias”.

Investigação do crime

Durante as investigações, a Polícia Civil ouviu diversas testemunhas e reuniu provas que indicavam que o crime do bolo envenenado foi premeditado.

O delegado Marcus Veloso afirmou que Deise tinha como principal alvo a sogra, Zeli dos Anjos, mas que outras vítimas acabaram sendo atingidas.

“Ela estava presente no dia em que o bolo foi feito e também consumiu a sobremesa, mas em menor quantidade. 

Além disso, ela já havia levado alimentos para a casa do sogro antes da morte dele, e exames comprovaram a presença de arsênio no corpo dele após a exumação.”

Com a morte de Deise, a investigação sobre o caso do bolo envenenado pode ser encerrada sem um julgamento definitivo. A Polícia Civil ainda analisa os próximos passos do caso.

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