Tarifa de Trump não significa que estados dos EUA deixarão de comprar etanol brasileiro, diz associação

Presidente dos EUA assinou memorando que determina a cobrança de tarifas recíprocas a países que cobram taxas de importação de produtos americanos, e citou etanol brasileiro como exemplo. O memorando assinado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta quinta-feira (13, não significa que os estados do país deixarão de comprar o etanol brasileiro. A afirmação é do presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia), Evandro Gussi.
“É possível que estados americanos mais preocupados com descarbonização continuem comprando etanol [brasileiro] ainda que com essas tarifas”, declarou em entrevista à GloboNews.
União Europeia e países vizinhos dos Estados Unidos criticaram tarifas anunciadas por Donald Trump ao aço e ao alumínio
Ele cita o estado da Califórnia como exemplo. De acordo com o representante das indústrias de etanol e de cana-de-açúcar, ainda não é possível mensurar os impactos da medida no mercado brasileiro.
“A gente não vê nesses volumes americanos uma relevância, não dá para dizer que isso vá, de alguma maneira. alterar mercados de etanol e tampouco de açúcar em si […]. Não dá pra gente dizer ou mensurar nesse momento impactos dessa ordem”, continuou.
Segundo Gussi, o etanol dos Estados Unidos é diferente do brasileiro. O biocombustível produzido aqui tem menos emissões de gases de efeito estufa.
Memorando de Trump
O memorando assinado nesta quinta-feira (13) determina a cobrança de tarifas recíprocas a países que cobram taxas de importação de produtos americanos.
🔎Os memorandos são documentos menos formais que os decretos, e configuram uma ferramenta que Trump tem usado para regulamentar seu “tarifaço” contra parceiros comerciais, mas ainda direcionam ações governamentais.
Como Trump, governo brasileiro anunciou medidas protecionistas para a indústria do aço há menos de um ano
Desta vez não há uma tarifa específica para países determinados, mas uma orientação geral de reciprocidade aos países que impõem dificuldades ao comércio com os EUA.
No documento, Trump menciona o etanol brasileiro:
“A tarifa dos EUA sobre o etanol é de apenas 2,5%. No entanto, o Brasil cobra uma tarifa de 18% sobre as exportações de etanol dos EUA. Como resultado, em 2024, os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, enquanto exportaram apenas US$ 52 milhões em etanol para o Brasil.”
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