Segregação racial em SC? Vereador denuncia suposta separação de crianças negras e brancas em escola

Um caso de possível segregação racial em Santa Catarina se tornou discussão nas redes após um vereador denunciar uma suposta separação de crianças negras e brancas em salas diferentes no Núcleo Infantil Cebolinha, em São João Batista.

O caso gerou revolta e uma investigação da Secretaria de Educação do município.

A denúncia foi feita pelo vereador Teodoro Adão (MDB) após visita à unidade escolar no dia 11 de janeiro, quando flagrou turmas compostas majoritariamente por crianças de uma única cor.

A Secretaria negou discriminação e afirmou que o caso ocorreu devido a um erro no cadastro dos alunos.

Denúncia de segregação racial

A visita do vereador aconteceu após denúncias de pais de alunos que relataram a situação.

Segundo Teodoro Adão, ele encontrou duas salas com distribuição racialmente desproporcional: em uma delas, havia apenas uma criança branca entre várias negras; na outra, todas eram brancas.

“Foi um choque para mim. Tenho filhas negras e sei a importância de um ambiente escolar inclusivo. Isso é um tapa na cara da sociedade”, afirmou o vereador.

Durante a visita, Teodoro conversou com funcionários. Uma professora teria dito que “quando chegou na unidade, a separação já estava feita e que não poderia fazer nada”.

Outra educadora relatou que percebeu a situação, mas evitou questioná-la para não causar conflitos.

Secretaria de Educação nega discriminação

Diante da gravidade da denúncia, Teodoro procurou a Secretaria de Educação do município para exigir explicações.

A secretária Sandra Albino reconheceu que a distribuição das turmas ocorreu dessa maneira, mas negou que tenha sido intencional ou baseada em critérios raciais. Segundo ela, o problema teria sido causado por uma falha no cadastro dos alunos.

“As turmas foram organizadas no segundo dia de aula, sem que os professores tivessem conhecimento prévio das crianças. 

A divisão foi feita conforme os dados disponíveis, mas houve um erro na declaração de raça dos alunos nos documentos de matrícula”, explicou Sandra Albino.

A Secretaria de Educação também negou que os pais tenham sido impedidos de entrar na unidade após a denúncia, como relatado pelo vereador.

“Os pais continuam tendo acesso à creche, mas existe um controle de entrada para garantir a segurança dos alunos e professores”, afirmou a secretária.

Reunião com pais será realizada

Para esclarecer a situação e evitar novos conflitos envolvendo a suposta segregação racial, a Secretaria de Educação marcou uma reunião com os pais dos alunos para o dia 20 de fevereiro.

Segundo Sandra Albino, a decisão de redistribuir ou manter as turmas será tomada em conjunto com os responsáveis.

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Apesar da negativa da prefeitura, o caso continua repercutindo e provocando debates sobre igualdade racial e educação inclusiva.

O vereador Teodoro Adão afirmou que acompanhará o desdobramento da investigação e cobrou medidas para evitar que situações semelhantes voltem a acontecer.

Confira a nota completa da secretaria:

“A Secretaria Municipal de Educação de São João Batista, após apuração, vem esclarecer que as acusações sobre a separação de turmas por cor da pele no Núcleo Infantil Cebolinha são falsas e não têm fundamento.

A distribuição das turmas foi feita de forma aleatória, sem qualquer tipo de discriminação. 

A Secretaria repudia qualquer forma de preconceito e assegura que todas as crianças são tratadas com respeito e igualdade, independente de cor, origem ou classe social.

Infelizmente, algumas destas acusações estão sendo usadas de maneira política para tentar prejudicar o trabalho sério que vem sendo realizado desde o início deste ano. 

A gestão reafirma seu compromisso com a igualdade, a inclusão e a qualidade da educação para todos, colocando-se à disposição para esclarecer qualquer dúvida.”

 

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