“Estamos avançando, mas há muito a fazer”, diz secretário de Agricultura de Orleans após dois meses na função

O Jornal da Guarujá recebeu na manhã desta segunda-feira, 24, o secretário de Agricultura de Orleans, Guilherme Matei Orbem, para um balanço dos quase dois meses à frente da secretaria. Segundo ele, tem sido um período intenso de trabalho para entender o funcionamento do setor e levantar dados que permitam melhorias na agricultura local.

“Ficou evidente a necessidade de uma solução para os nossos agricultores, porque da forma como o programa Porteira a Dentro vem sendo operacionalizado hoje, não é possível atender a todos. Humanamente, é inviável”, afirmou o secretário. O programa, considerado o carro-chefe da secretaria, busca atender os produtores rurais, mas a grande demanda e os recursos limitados dificultam a cobertura total.

Para otimizar o atendimento, a secretaria optou por distribuir os recursos de maneira mais equitativa. “Pelo menos uma viagem de areão para cada produtor. Tem agricultor que precisa de cinco, dez ou até quinze viagens, mas se atendermos dessa forma, ficamos a semana toda apenas para ele”, explicou Orbem. Atualmente, a maior demanda dos agricultores é por areão e pedra.

O secretário também relatou casos que exigiram apoio imediato da prefeitura, como a perda de 30 mil frangos em um aviário na região de Furninhas devido a um problema elétrico em dias de calor intenso. “O produtor me ligou pedindo uma máquina para cavar um buraco”, contou.

Para melhorar a operacionalização do Porteira a Dentro, a secretaria se inspirou em um modelo adotado em Maravilha (SC), onde os produtores recebem uma concessão de crédito baseada no faturamento do ano anterior. Parte desse crédito pode ser usado livremente, enquanto a outra parte deve ser investida na produção, como preparo de solo e melhoria de estradas internas. “Essa é a forma que encontramos para atender 100% dos produtores”, destacou.

Os números demonstram o desafio da secretaria. Em dois meses, foram 190 solicitações de pedra ou areão, das quais 68 foram atendidas com ao menos uma viagem. No caso das retroescavadeiras, havia 53 pedidos, mas apenas cinco foram atendidos. “A retroescavadeira é usada para arrumar estradas internas, cavar valas e limpar silos, por exemplo. Estamos tentando otimizar o uso das máquinas para beneficiar o maior número de produtores”, explicou Orbem.

O secretário também ressaltou que os serviços prestados pela prefeitura seguem a legislação vigente, com cobranças estabelecidas por lei. O custo para os agricultores é muito inferior ao de serviços privados. “Um caminhão de areão, por exemplo, custa cerca de R$ 600 no setor privado, enquanto pela prefeitura sai por R$ 88,21”, comparou.

Sobre a nova proposta para o programa, Orbem informou que a redação está pronta e passará pela análise do prefeito Fernando Cruzetta antes de ser encaminhada para a Câmara de Vereadores. O projeto prevê um investimento inicial de R$ 2,1 milhões diretamente para os produtores rurais. “No primeiro ano, seremos mais cautelosos, pois não temos um histórico dessa distribuição. Mas, no próximo ano, poderemos ajustar os percentuais para uma distribuição ainda mais eficiente”, explicou.

Por fim, Orbem respondeu a dúvidas de ouvintes sobre o programa. Questionado por Vanderlei Ribeiro Velho se um agricultor que possui apenas CNPJ pode ser atendido pelo Porteira a Dentro, ele esclareceu: “Se ele exerce atividade relacionada à agricultura e puder comprovar, sim. Mas se for um CNPJ sem atividade rural, não se enquadra no programa”, finalizou o secretário.

Confira entrevista completa

 

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