O que tem de verdade (e de mentira) na polêmica dos banheiros envolvendo os escoteiros

Recentemente, a União dos Escoteiros do Brasil (UEB) divulgou que o sexo biológico não seria mais o único critério para divisão de espaços íntimos nos acampamentos dos escoteiros.

Canais de comunicação se apressaram em dar a notícia levando o público a entender que a instituição centenária passaria a dividir barracas e banheiros por gênero, e não pelo sexo biológico.

Ou seja, uma mulher trans, por exemplo, que nasceu com o sexo biológico masculino, mas se identifica com o gênero feminino, poderia usar os banheiros femininos e dormir com as meninas nas barracas.

Mas não é nada disso.

Para esclarecer a polêmica, o MistuCast recebeu no estúdio os chefes Everton e Giovani, do Grupo Escoteiro Purpurata, de Timbó.

O que tem de verdade (e de mentira) na polêmica dos banheiros envolvendo os escoteiros
Foto: Fábio Ferrari/Misturebas News

Everton explicou que a divisão dos espaços íntimos nos escoteiros (banheiros e barracas) continuará como sempre foi: entre adultos e jovens, meninos e meninas, homens e mulheres.

O que a UEB fez a, partir da Política de Diversidade e Inclusão, é “considerar as necessidades específicas dos participantes, oferecendo opções que evitem constrangimentos e assegurem o bem-estar de todos”.

Na prática, segundo Everton, se uma pessoa trans (adulto ou criança) se juntar ao grupo, será construída com ela (e sua família) uma alternativa, que pode ser uma barraca e um banheiro individual.

Ele destaca que é preciso equilibrar essa equação: respeitar a identidade de gênero de cada um, acolher de forma segura e também considerar o conforto e segurança do restante do grupo.

Após a polêmica, a UEB atualizou o parágrafo que causou confusão para a seguinte redação:

Uso de espaços comuns – Compreendemos que, além de manter banheiros e barracas separados para adultos e jovens, meninos e meninas, homens e mulheres, é importante oferecer espaços que respeitem a identidade de gênero de todos os participantes. Dessa forma, buscamos garantir que cada pessoa se sinta acolhida e confortável. Para isso, é essencial promover o diálogo entre aqueles que utilizarão esses espaços e seus familiares ou responsáveis (no caso de crianças e adolescentes), a fim de resolver possíveis impasses e garantir um ambiente de respeito e inclusão. Em atividades e eventos, devemos considerar as necessidades específicas dos participantes, oferecendo opções que evitem constrangimentos e assegurem o bem-estar de todos.

Everton diz ainda que se um integrante do grupo não aceitar a inclusão de uma pessoa trans, ele será convidado a sair.

Uma vez que o respeito, à inclusão e a valorização da diversidade são princípios fundamentais do escotismo.

Fevereiro é o aniversário do fundador do escotismo
Foto: reprodução rede social Purpurata

Giovani lamentou a repercussão negativa para o escotismo, um movimento de educação tão importante, que ajuda os jovens a se desenvolverem como cidadãos e a construir um mundo melhor.

Confira abaixo a entrevista completa.

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