Mães atípicas protestam em frente ao Galo da Madrugada, no Recife

Um grupo de mães atípicas, que têm filhos com autismo, se reuniu, nesta quarta-feira (26), aos pés do Galo Gigante, na Ponte Duarte Coelho, no centro do Recife. Elas reclamam de falta de apoio da rede municipal de ensino na escola onde seus filhos estão matriculados. A escolha do local se deu porque a estrutura do Galo da Madrugada, que será erguida ainda hoje, carrega um cordão no pescoço, fazendo homenagem à população autista.

De acordo com Monica De Lucena, representante da Associação Vivendo com Autismo, no bairro de Dois Unidos, na Zona Norte do Recife, a homenagem do Galo da Madrugada esconde a realidade vivida por muitas famílias.

“É uma provocativa, se o prefeito, a pessoa que veio com essa iniciativa do Galo da Madrugada, um bloco a nível mundial, vem com o símbolo homenageando as pessoas com autismo, na verdade isso é fake, porque na prática não funciona”, afirmou Monica, ao LeiaJá.

Entenda o caso

Moradora de Dois Unidos, Monica relatou que se reuniu com a gestão da Escola Municipal Olindina Monteiro de Oliveira França no início de fevereiro. Lá, ela foi informada que a partir do dia 13, seu filho de 14 anos só poderia comparecer ao local nas quintas-feiras, dia em que teria acompanhamento especializado. Nos outros dias da semana, o adolescente ficaria em casa.

Ela conta que algumas mães foram orientadas que seus filhos poderiam ir duas vezes na semana, mas no caso de seu filho, ele só poderia uma vez. “A professora de recurso rotulou meu filho sem conhecer, sem saber se ele estava apto para estudar de segunda à sexta, e rotulou meu filho para ir só às quintas-feiras”, contou.

Ainda de acordo com Monica, a escola informou que o apoio especializado só estaria disponível para o aluno uma vez na semana, e se o adolescente comparecesse à escola nos outros dias, não teria assistência. “Fazer uma mães atípica ter que assinar uma declaração abdicando de três dias, ou de dois dias da semana de seu filho ir pra escola porque não tem apoio, isso não é inclusão”, destacou.

A reportagem procurou a Secretaria de Educação do Recife para obter um posicionamento sobre o caso, mas não obteve resposta até o fechamento da matéria. O espaço segue aberto para esclarecimentos.

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