Líderes europeus manifestam apoio a Zelensky e à Ucrânia após bate-boca do ucraniano com Donald Trump


Já a Rússia, naturalmente, adotou outro tom. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país disse que foi um milagre Trump e J.D. Vance não terem batido em Volodymyr Zelensky. Líderes europeus manifestam apoio a Zelensky e à Ucrânia após bate-boca do ucraniano com Donald Trump
Reprodução/TV Globo
Depois do bate-boca, líderes europeus manifestaram apoio a Volodymyr Zelensky e à Ucrânia.
O presidente francês lembrou dos fatos:
“Há um agressor, que é a Rússia, e um povo atacado, que é o ucraniano”.
Emmanuel Macron disse também que os aliados da Ucrânia estavam certos em ajudar a Ucrânia e aplicar sanções contra a Rússia, e que isso vai continuar. Afirmou ainda:
“Temos que agradecer todos que ajudaram os ucranianos e temos que respeitar os que lutaram desde o começo, porque eles lutaram pela independência deles e pela segurança da Europa”.
Macron ligou para Zelensky depois do bate-boca de Trump com o presidente ucraniano. O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, escreveu:
“Zelensky, queridos amigos ucranianos, vocês não estão sozinhos”.
“Ucrânia, a Espanha está com você”, disse o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez.
O primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, disse que ninguém quer a paz mais do que os ucranianos e que a Ucrânia pode confiar na Alemanha e na Europa. A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, disse a Zelensky:
“A sua dignidade honra a bravura do povo ucraniano. Seja forte, seja corajoso, destemido. Você nunca está sozinho”.
Portugal, Noruega, Suécia, Lituânia, Irlanda e República Tcheca também demonstraram apoio.
Já a Rússia, naturalmente, adotou outro tom. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país disse que foi um milagre Trump e o vice-presidente americano J.D. Vance não terem batido em Zelensky.
Pesquisador da Universidade Americana de Harvard, o cientista político Oliver Stunkel considerou que o episódio desta sexta-feira (28) na Casa Branca foi sem precedentes:
“Ao longo das últimas décadas, nunca houve um confronto dessa forma, de forma pública. Isso, a princípio, deve ocorrer só nos bastidores. E levou, de fato, ao que parece, ao colapso das negociações”, diz.
O apoio que os Estados Unidos vinham dando até esta sexta-feira (28) à Ucrânia está em linha com o Pacto de Budapeste, assinado em 1994. Pelo pacto, a Ucrânia abriu mão de seu arsenal nuclear herdado da União Soviética em troca do compromisso de que sua soberania estaria garantida. Os signatários foram: Rússia, Estados Unidos e Reino Unido. A Rússia ficou com as armas nucleares e, em troca, eles prometeram respeitar a independência e a integridade territorial da Ucrânia.
A invasão russa ao território ucraniano já é a segunda violação desse acordo. A primeira foi em 2014, quando Moscou anexou ilegalmente a Crimeia, uma região pertencente à Ucrânia. Para ucranianos e europeus essas violações por parte da Rússia precisam ser desencorajadas.
Qualquer acordo de paz precisa garantir que a Ucrânia não será atacada de novo e precisa ser feito de forma a dissuadir Putin de tentar com outros vizinhos europeus o que está tentando com a Ucrânia: invasão e anexação de territórios. Os europeus já disseram que estão dispostos a enviar tropas de paz ao território ucraniano, mas depois do bate-boca desta sexta-feira (28), as conversas ficarão muito mais difíceis.
“Esse encontro mostra aos europeus que, no que diz respeito à Ucrânia, eles estarão sozinhos. Eles não poderão contar com o apoio dos Estados Unidos. A Europa está lidando ainda com esse choque de realidade. Está começando a perceber que não terá apoio dos Estados Unidos. E agora será da responsabilidade da União Europeia, das potências europeias, apresentar uma proposta em relação ao futuro da Ucrânia”, afirma o cientista político Oliver Stunkel.
A reunião tensa demais entre Trump e Zelensky gerou pressão e expectativa em torno de um encontro que vai acontecer em Londres, no domingo (2). O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer vai receber para discutir o fim da guerra, líderes de mais de dez países europeus – entre eles, Volodymyr Zelensky. Esse encontro já estava marcado, mas ganha ainda mais peso diante desse abalo todo na relação entre Estados Unidos e a Ucrânia.
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