Coração aberto

Foto: Luan Lucas

O ex-vice-prefeito Sérgio Fernandes Cardoso (PSD), de Tijucas, não esconde a insatisfação com o ex-prefeito Eloi Mariano Rocha (PSD), com quem venceu as eleições municipais de 2020 e governou o município nos quatro anos seguintes.

Coisa Querida, como ficou conhecido, revelou em entrevista ao programa LINHA DE FRENTE que teve dificuldades em colocar projetos e ideias em prática, por conta da gestão centralizadora de Mariano Rocha. O ex-adjunto, a propósito, alcunhou o ex-mandatário de “Senhor Eu”.

“Foi uma honra muito grande. Fomos eleitos eu e o Eloi, não só ele, com a maior diferença da história do município. Tudo poderia ter ido maravilhosamente bem, porque eu gosto de fazer. Fui com muita expectativa. Eu não consegui fazer tudo que eu queria. Mas o Eloi, que eu chamo de ‘Senhor Eu’, atrapalhou eu e a equipe toda. Não tenho saudade. Às vezes me sinto mal por não ter conseguido retribuir os votos que recebi”, afirmou o engenheiro.

Fernandes Cardoso contou, ainda, que Mariano Rocha deixava qualquer projeto criado por outros membros do governo em “banho-maria” e pontuou que a gestão impediu o crescimento de outras lideranças, especialmente os secretários municipais.

“Eu tive dificuldades como todo mundo teve. Prova disso é que tivemos vários secretários excelentes, mas a centralização do poder é a pior forma de fazer gestão. Nenhum secretário se elegeu vereador. É uma prova que ninguém se criou. As ideias que não fossem dele ficavam em banho-maria”, completou.

FRITURA

O ex-adjunto elucidou situações que antecederam a escolha do então vereador – hoje prefeito -, Maickon Campos Sgrott (PP), como postulante à sucessão governamental. Meses antes do pleito, Mariano Rocha indicou o vice-prefeito como candidato do grupo e chegou a se licenciar do cargo para dar espaço na administração. Passados os 30 dias de férias do mandatário, tudo mudou.

“Em outubro de 2023, o Eloi me chamou, me disse que entraria de férias e textualmente disse que eu seria candidato a prefeito. Fui fazer o dever de casa, apesar dele dizer ao financeiro pra não me deixar fazer nada e comprar nada. Trabalhei com empresários, fiz reuniões, visitei escolas, comecei a pré-campanha. Lançamos o Acelera Tijucas, que ajudaria muito quem quer empreender no município. Em novembro, assumi por 30 dias. Quando ele voltou, só faltou bater a porta na minha cara. Não quis receber o projeto. Aquilo morreu e dali pra frente ele comigo foi difícil”, explicou.

Na opinião do peessedista, o “ciúme” foi determinante para o processo. “Ele é um homem ciumento, é o Senhor Eu. Só eu sei, só eu faço, só eu decido. Imagino que ele vai sofrer agora com a nova gestão e vai ter a ressaca do poder”, resumiu.

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