Operação do Ibama apreende soja plantada em áreas desmatadas ilegalmente

Do começo de fevereiro até agora, 12 mil hectares foram fiscalizados na região norte de Mato Grosso. O Ibama aplicou R$ 67 milhões em multas e apreendeu 27 máquinas agrícolas. Ibama apreende 72 toneladas de soja em área desmatada
Uma operação do Ibama apreendeu soja plantada ilegalmente em áreas desmatadas.
A colheita de soja em uma lavoura no município de Cláudia, em Mato Grosso, estava começando quando os agentes do Ibama chegaram. A área está embargada há quase 10 anos por ter sido desmatada sem licença ambiental. Seis colheitadeiras foram apreendidas. Em uma fazenda em Ipiranga do Norte, os agentes recolheram 72 toneladas de soja que foram plantadas irregularmente.
“Quando você lava um termo de embargo, aquela área fica impedida de ser utilizada. E a ideia é justamente promover a recuperação ambiental daquele espaço desmatado ilegalmente”, diz Jair Schmitt, diretor de Proteção Ambiental do Ibama.
Do começo de fevereiro até agora, 12 mil hectares foram fiscalizados na região norte de Mato Grosso. O Ibama aplicou R$ 67 milhões em multas e apreendeu 27 máquinas agrícolas.
Os grãos apreendidos vão ser doados para programas sociais, e o maquinário será destinado à Companhia Nacional de Abastecimento. É a primeira vez que o Ibama faz uma operação voltada para lavouras plantadas em áreas desmatadas ilegalmente.
A ação começou por Mato Grosso por causa dos índices altos de destruição da floresta. Em 2024, segundo o Inpe, foram 127 mil hectares desmatados no estado, uma área maior do que a cidade do Rio de Janeiro.
O chefe de operações do Ibama destacou que o crime afeta o mercado e prejudica quem produz dentro da lei.
“Tem um custo para trabalhar dessa forma, às vezes ele tem uma competição desleal com o produtor ilegal. Então, indiretamente, acaba que o Ibama também contribui para a produção mais sustentável, para a produção mais justa, quando se combate essas práticas que geram competição desleal”, conta Jair Schmitt.
O produtor rural Jadir Taffarel monitora o desenvolvimento do milho que plantou em Sinop. Ele defende que desrespeitar a lei não traz benefícios para o produtor.
“Uma área ilegal, você não consegue vender a produção, você não consegue financiar, tem uma série de coisas aí que você fica restrito. A partir do momento que tem muito desmate ilegal, fica difícil até de você vender a produção, né? Porque tem países hoje que exigem que seja correto, né? Eles fazem a rastreabilidade do produto e sabem de onde ele veio. Então, se você faz as coisas certas, é um problema a menos que você tem.”
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