Homem adota pelo menos 14 gatos e desaparecimento dos animais gera investigação em Blumenau

A Polícia Civil de Blumenau abriu uma investigação contra um homem suspeito de adotar dezenas de filhotes de gatos e, em seguida, fazer os animais desaparecerem.

O caso ganhou repercussão depois que grupos de proteção animal da região do Vale do Itajaí notaram um padrão: ele sempre pedia casais de filhotes, adotava rapidamente e, ao ser questionado sobre os animais, evitava dar informações concretas.

A denúncia partiu de protetores que tentaram acompanhar o destino dos gatos e não obtiveram respostas.

Em depoimento à polícia, o suspeito confessou ter adotado 14 gatos, mas os grupos de resgate acreditam que esse número seja ainda maior.

Adoções em série e o alerta dos protetores

A primeira denúncia registrada envolve uma protetora que relatou à polícia ter entregado dois gatos para o homem, no dia 15 de fevereiro. Segundo ela, logo após a adoção, começou a desconfiar do comportamento do suspeito, pois ele não enviava fotos dos animais e evitava contato.

No dia seguinte, ao insistir para saber sobre os gatos, o homem disse que uma tia havia levado os filhotes para outra cidade, mas não informou o endereço nem forneceu contato.

Diante da falta de respostas, a protetora decidiu compartilhar o caso em grupos de proteção animal. Rapidamente, outras pessoas relataram situações semelhantes, alegando que o mesmo homem já havia solicitado adoção de outros filhotes.

Alguns protetores, ao perceberem a frequência dos pedidos e a falta de informações sobre os gatos, negaram a entrega dos animais, desconfiando das intenções do adotante.

O alerta chamou a atenção de diversas ONGs da região, que passaram a trocar informações. Algumas delas já haviam recebido pedidos de adoção do suspeito, mas desconfiaram da insistência e do interesse específico em casais de filhotes.

Diante da suspeita de que os animais pudessem estar sendo descartados ou vítimas de maus-tratos, o grupo decidiu denunciar o caso às autoridades.

Versões contraditórias e investigação policial

Chamado para prestar depoimento, o investigado admitiu à polícia que havia adotado 14 gatos, mas não explicou com clareza o que aconteceu com todos. Ele afirmou que, por dificuldades financeiras, precisou repassar os filhotes para terceiros. Em outro momento, alegou que alguns fugiram.

No entanto, quando questionado sobre os contatos dessas supostas novas famílias, não soube informar nomes, endereços ou qualquer prova de que os gatos estivessem bem.

Além disso, mensagens obtidas por protetores indicam que, mesmo após essas adoções, o suspeito continuava buscando novos filhotes. Uma voluntária de Blumenau disse à polícia que o homem tentou adotar gatos com ela, mas, desconfiada, recusou o pedido.

Outra protetora, da ONG de Rodeio, também relatou que ele a procurou solicitando adoção e, ao ser questionado sobre o que teria feito com os animais anteriores, deu versões diferentes, incluindo a alegação de que encontrou uma desconhecida em um ponto de ônibus e entregou os gatos a ela.

A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o caso e busca esclarecer o destino dos animais.

As investigações devem continuar por pelo menos 30 dias, podendo ser prorrogadas se necessário.

Até o momento, as autoridades descartam a hipótese de que os gatos tenham sido utilizados em rituais ou para alimentação de outros animais, mas seguem analisando todas as possibilidades.

Preocupação entre protetores de gatos e outros animais e próximos passos

O caso gerou grande repercussão entre ativistas da causa animal, que alertam sobre a importância de um rigor maior nos processos de adoção.

Muitas ONGs já adotam práticas como entrevistas com os adotantes, assinaturas de termos de responsabilidade e visitas pós-adoção, mas, mesmo assim, situações como essa ainda acontecem.

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Os protetores que denunciaram o suspeito agora cobram respostas e um desfecho para o caso. Para eles, a quantidade de gatos desaparecidos pode ser ainda maior do que os 14 que Maicon admitiu ter adotado.

A principal preocupação é saber se os animais foram abandonados, maltratados ou se há um motivo ainda desconhecido por trás dessas adoções em série.

A Polícia Civil pede que qualquer pessoa que tenha doado animais para o suspeito ou tenha informações sobre o paradeiro dos gatos entre em contato com as autoridades para ajudar nas investigações.

 

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