Covid-19: cinco anos que mudaram a saúde em Pernambuco

Há exatos cinco anos, no dia 12 de março de 2020, Pernambuco registrou os primeiros casos de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus. A pandemia da Covid-19, que mudou o mundo nos anos seguintes, deixou sequelas em muitos sobreviventes. Entre problemas respiratórios, físicos e psicológicos, alguns pacientes ainda recebem acompanhamento médico para buscar a recuperação plena após a doença. 

De acordo com o médico pneumologista do Hospital Memorial São José, no Recife, Paulo Almeida, as sequelas da Covid-19 são diversas, e ainda estão em sob estudo. “Do ponto de vista respiratório, contando com as sequelas mais comuns que a gente tem visto, são pessoas que tinham asma, e a asma era bem controlada, e depois da Covid, essa asma ficou de difícil controle”, explicou, a princípio. 

Dr. Paulo Almeida. Foto: Cortesia

O especialista enfatizou ainda que na medicina, a Covid ainda é considerada uma doença nova, por ter apenas cinco anos de existência. Ele explica que ainda é cedo para afirmar com muitas certezas sobre o vírus, mas que suas consequências para a saúde humana vêm sendo analisadas desde 2020. 

Sequelas e acompanhamentos 

Doutor Paulo relata ainda que outras sequelas ocorreram às pessoas, como a fibrose pulmonar pós-Covid. “Alguns tiveram recuperação, outros ficaram com sequelas permanentes”, relembra. 

Além do quadro respiratório, muitas pessoas também tiveram sequelas de repercussão cardíaca, neurológica ou psicológica. “Pessoas que ficaram com dificuldade de locomoção, sequela neurológica; pessoas que ficaram com sequelas cardíacas. Outra queixa frequente são pessoas que reclamam de déficit de memória”, relata. 

Um de seus pacientes, por exemplo, foi acometido pelo vírus e se recuperou. No entanto, seis meses após a doença, ele apresentou um quadro de demência, que levou a seu óbito em menos de um ano. Ele destaca, contudo, que a literatura ainda não é capaz de comprovar as relações entre doença e sequelas a longo prazo. 

Outra pessoa que passa pelos acompanhamentos do médico até hoje, teve a doença ainda durante a pandemia. Portador de diabetes, considerada uma comorbidade, o paciente apresentou, após a doença, insuficiência renal e paralisia, causada por um Acidente Vascular Cerebral (AVC) que ele teve ainda quando estava com a Covid. “Ainda temos também pacientes que até hoje fazemos exames de imagem, para saber se aquela fibrose, aquela lesão pulmonar, está estável ou se ela está progredindo, afirma. 

Variantes do vírus, cinco anos depois 

Apesar de ainda ser considerada uma doença recente no rol de contaminações, a Covid-19 já possui diversas variantes, que também se comportam de maneira diferente. “Hoje, dificilmente, a gente tá vendo quadros de Covid semelhantes àqueles que a gente via em 2019 e 2020. Primeiro porque a gente não sabia como tratar, era uma doença nova”, afirma o especialista. 

Por fim, ele compara as variantes da Covid com as da Influenza, o vírus da gripe, que se espalha facilmente pela população. No entanto, com a vacinação, além de outros meios de prevenção, a pandemia do novo coronavírus se torna cada vez mais distante. 

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