Depois de 286 dias na Estação Espacial Internacional (ISS), os astronautas Suni Williams e Butch Wilmore finalmente voltaram à Terra.
Eles pousaram no mar próximo à costa da Flórida na noite de terça-feira, 18, a bordo da cápsula Dragon Freedom, da SpaceX, que também trouxe Nick Hague e Aleksandr Gorbunov, da missão Crew-9.
O retorno deveria ter ocorrido em junho de 2024, mas foi adiado por falhas na cápsula Starliner, da Boeing.
Uma espera de nove meses no espaço
A missão original previa apenas oito dias na ISS, mas problemas técnicos na Starliner impediram a volta dos astronautas.
A cápsula enfrentou falhas em cinco dos 28 propulsores, atrasando sua acoplagem na estação espacial em quase uma hora.
Embora quatro deles tenham sido reativados, a NASA decidiu investigar a situação antes de autorizar a nave para o retorno.
Vazamentos de hélio também foram detectados, aumentando as preocupações sobre a segurança da Starliner.
Com a volta adiada, Williams e Wilmore permaneceram na estação, participando de pesquisas científicas e auxiliando nas operações diárias da ISS.
Durante esse período, a NASA avaliou diferentes formas de trazê-los de volta, até que, em uma decisão estratégica, optou pelo resgate via Dragon Freedom, da SpaceX.
O retorno à Terra
A jornada de volta começou na madrugada de terça-feira, quando a Dragon Freedom desacoplou da ISS. O processo incluiu diversas etapas críticas:
- Desacoplamento: Separação da cápsula da estação espacial.
- Manobras orbitais: Ajustes de trajetória para a reentrada na atmosfera.
- Queima de reentrada: Redução da velocidade para permitir uma descida controlada.
- Amerissagem: Pouso no oceano, com auxílio de paraquedas.
O trajeto durou aproximadamente 17 horas, do fechamento da escotilha até o pouso no Golfo do México, próximo a Tallahassee, na Flórida.
A decisão de usar a SpaceX
O resgate pela Dragon Freedom foi uma escolha estratégica da NASA, que discutiu a decisão com a Boeing antes de optar pela empresa de Elon Musk.
A Starliner deveria ter retornado em fevereiro, mas novos atrasos forçaram a mudança de planos.
A substituição da equipe que assumiria os postos de Williams e Wilmore também foi afetada, já que a nova cápsula da SpaceX não ficou pronta a tempo.
A missão Crew-9, responsável pelo retorno, foi composta por Nick Hague e Aleksandr Gorbunov, que chegaram à ISS em setembro de 2024.
A NASA optou por enviar apenas dois tripulantes na ida para que houvesse espaço para Williams e Wilmore na volta.
Quem são os astronautas resgatados?
- Suni Williams, 59 anos: Engenheira e ex-oficial da Marinha dos EUA, acumula 322 dias no espaço e é recordista feminina de caminhadas espaciais, com nove ao todo.
- Butch Wilmore, 62 anos: Piloto e engenheiro elétrico, tem mais de 8 mil horas de voo e já participou de duas missões espaciais.
Ambos foram selecionados para o primeiro voo tripulado da Starliner, que acabou sendo marcado por falhas técnicas e um retorno inesperado via SpaceX.
A repercussão da missão
A longa permanência de Williams e Wilmore no espaço atraiu atenção mundial, especialmente após o presidente Donald Trump pedir publicamente a Elon Musk que antecipasse o retorno dos astronautas, responsabilizando o governo Biden pelos atrasos.
Apesar da pressão política, a dupla manteve um discurso equilibrado, reafirmando a confiança nas decisões da NASA.
A missão também gerou debates sobre o futuro da Starliner, já que a cápsula da Boeing deveria ser uma alternativa confiável para o transporte de astronautas à ISS.
Com as falhas, a SpaceX se consolidou ainda mais como a principal parceira da NASA no transporte espacial.
Recordes e comparações
Embora a estadia de 286 dias tenha sido longa, ela não superou o recorde de Frank Rubio, astronauta da NASA que passou 371 dias no espaço.
O recorde mundial pertence ao cosmonauta russo Valeri Polyakov, que permaneceu 437 dias na estação Mir entre 1994 e 1995.
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O que acontece agora?
Com a chegada à Terra, os astronautas passarão por um período de reabilitação física, já que o corpo humano sofre alterações significativas após longos períodos em microgravidade.
A NASA continuará investigando os problemas da Starliner para avaliar seu futuro como veículo tripulado.
A missão Crew-10, que substituiu a Crew-9 na ISS, já está em operação, garantindo a continuidade das pesquisas e das atividades na estação espacial.
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