Uma adolescente de 17 anos está morando com um homem em situação de rua em Balneário Camboriú. A jovem já havia fugido de casa em janeiro deste ano e foi encontrada pela Abordagem Social. No entanto, ela saiu de casa novamente e, desta vez, está desaparecida desde o dia 9 de março.
Segundo o pai da adolescente, Adrielson Souza, Aline Rosa Souza desapareceu em janeiro, sendo achada três dias depois. Ela foi levada à delegacia, e os responsáveis puderam ir buscá-la. O pai comentou que, na delegacia, a jovem disse não querer voltar para casa. Mesmo assim, retornou e foi matriculada na escola.
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Após alguns dias, a adolescente falou que queria vender água nas proximidades da roda-gigante, no Pontal Norte. O pai afirma que achou a situação estranha, mas, mesmo assim, foi ao mercado comprar as garrafas para a venda. “Eu estava desconfiando que já tinha alguma coisa, que tinha alguém fazendo a cabeça dela, porque ela começou a ficar um pouco estranha com a gente”, relatou o pai.
Conforme afirmou Souza, na madrugada do dia 13 de março, ele descobriu que ela realmente estava morando na rua com um homem de 24 anos, que, de acordo com o pai, tem uma das pernas amputadas. “(Ele) está há muito tempo fazendo a cabeça dela”, argumenta. O boletim de ocorrência registrado ainda informa que o homem anda sempre com muletas e tem tatuagens no pescoço e nas mãos.
Relação em casa
O pai de Aline comenta que, em casa, sempre foram dados bons conselhos, que são uma família cristã e que nada faltou para a adolescente. “Com certeza o cara ofereceu uma vida sem regras e sem obediência, porque em casa tem regras, tem obediência, não tem opressão, não tem nada, ninguém bate e espanca, ninguém comete nada de errado.”

Segundo ele, os familiares não entenderam o motivo de Aline sair de casa para morar na rua. O pai afirmou que soube, por meio de uma amiga com quem a adolescente costuma conversar, que ela estaria usando drogas e que o homem com quem está teria começado a falar com ela desde os 16 anos.
Souza diz que o jovem ainda o enfrenta pelas redes sociais, acusando-o de não dar atenção à filha. “Como ela está com a cabeça virada, ela fala mal da gente.”
Até o momento, foram registrados dois boletins de ocorrência: um por desaparecimento da adolescente e outro envolvendo Aline e o homem de 24 anos, que seria o suspeito pelo desaparecimento.
O que pode ser feito?
De acordo com o comandante do 12º Batalhão de Polícia Militar, Rafael Vicente, já existe uma decisão judicial em andamento para que seja realizada, na adolescente, uma avaliação de saúde e psicológica. Assim que o pai encontrar a jovem, ele pode acionar o Conselho Tutelar, que irá atuar junto a agentes de saúde.

Em contato com a presidente do Conselho Tutelar, Cristiane Amorim, ela pontuou que a adolescente “está na rua por opção, ela está se colocando em risco, ela não quer voltar para casa e para os pais. Não é o namorado que está aliciando. Ela não quer ir para casa por escolha, ela deixou bem claro isso.”
Portanto, a jovem estaria violando o direito em razão da própria conduta, ou seja, por suas próprias ações, estaria infringindo ou abrindo mão de um direito que, em outras circunstâncias, poderia ser garantido a ela.
Cristiane ressalta que, caso a menina seja acolhida, se a Justiça determinar por isso, o acolhimento se enquadra em uma medida de proteção. “Ela não estará presa ou privada da liberdade, ela tem a opção de sair e não voltar.” A conselheira informou que vários órgãos estão realizando as buscas pela adolescente, inclusive o Conselho Tutelar, e que, em breve, ela será encontrada e encaminhada para fazer a avaliação.