
Exoneração ocorreu três anos após denúncias feitas à instituição. Assédio sexual: servidor do IFPA é demitido após acusações no campus Belém
Um professor do Instituto Federal do Pará (IFPA) foi exonerado após denúncias de assédio sexual contra alunas, em Belém. A demissão foi formalizada no dia 28 de março e nesta última segunda-feira (7), as estudantes foram às ruas protestar por medidas mais efetivas quanto aos casos denunciados.
Segundo os manifestantes, o suspeito ficou exercendo a função no instituto durante todo o tempo em que as denúncias estavam em trâmites internos. As alunas pedem agilidade em novas denúncias contra novos servidores.
A exoneração ocorreu cerca de três anos após as primeiras denúncias contra o servidor, que iniciaram em 2022. Na época, um grupo de alunas se mobilizou para denunciar formalmente os casos de assédio junto ao instituto e autoridades externas.
Protesto foi realizado para cobrar medidas mais severas do IFPA
Divulgação
Outras denúncias
Segundo uma das manifestantes, que optou por não se identificar, um outro professor, que também atua como coordenador de curso superior e técnico, foi denunciado por alunas para a administração do IFPA.
“Queremos que ele seja afastado das atividades para evitar novos crimes, principalmente porque ele atua ministrando em um curso técnico onde tem estudantes menores de idade”, afirmou.
A estudante alega que o instituto não tem dado a devida atenção ao que tem sido relatado, nem dado o apoio devido às vítimas. Segundo a denunciante, o suspeito segue em exercício na instituição e sem qualquer restrição ou medidas relacionadas às pessoas que denunciaram.
Ela ainda conta que denúncias precisaram ser feitas em delegacias, como a Delegacia da Mulher (Deam), pois uma das vítimas do professor foi ameaçada por uma pessoa de vínculo familiar do suspeito, para que a denúncia fosse retirada.
“E aí quando a gente vai procurar saber o andamento das denúncias (no IFPA), temos apenas a resposta de quem está em tramitação e em sigilo, por se tratar de assédio”, contou a aluna.
Posicionamento do IFPA
Segundo o IFPA, o local não recebeu nenhum registro de crime, apenas denúncias que foram analisadas conforme regimento administrativo da instituição.
O Instituto Federal do Pará informou ainda que atua para promover um ambiente seguro e respeitoso para todos, especialmente para alunas, servidoras e colaboradoras.
“Por isto, ao receber denúncias de assédio tomamos todas as medidas necessárias para tratá-las com a seriedade e a celeridade que o assunto exige, mesmo diante da complexidade e sensibilidade desses casos”.
A instituição explicou os processos realizados ao receber uma denúncia do tipo, como mostra o trecho abaixo:
“No caso da denúncia recebida contra um coordenador de curso, asseguramos o devido encaminhamento administrativo, seguindo rigorosamente os procedimentos estabelecidos para a investigação do ocorrido. Para fortalecer nossas ações, implementamos três iniciativas:
Desenvolvimento de uma política de prevenção e combate ao assédio. Esta política visa estabelecer diretrizes claras para prevenir e enfrentar situações de assédio em nossa instituição.
Implantação da Ouvidoria da Mulher: um canal exclusivo criado para acolher e tratar denúncias relacionadas a questões de gênero, garantindo um atendimento especializado e humanizado.
Atuação da Corregedoria e Ouvidoria nos campi: Estamos levando essas instâncias às unidades do IFPA para realizar trabalhos preventivos e educativos, visando conscientizar nossa comunidade acadêmica sobre a importância do respeito mútuo e da ética profissional”.
O IFPA disse que cinco demissões foram realizadas desde agosto de 2023 relacionadas a esse tipo de conduta, sendo o caso mais recente em 28 de março de 2025, conforme a Portaria nº 1.534/IFPA.
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