O que se sabe sobre a morte da delegada pernambucana vítima de feminicídio na Bahia

A morte da delegada recifense Patrícia Neves Jackes Aires, no último domingo (11), na Bahia, chocou baianos e pernambucanos. A agente da Polícia Civil baiana foi encontrada morta no banco passageiro de seu próprio carro em uma área de mata, em São Sebastião do Passé, na Região Metropolitana de Salvador. Seu companheiro, Tancredo Neves Feliciano de Arruda, é o principal suspeito e teve a prisão em flagrante decretada no dia do crime. De acordo com a Polícia Civil, as investigações prosseguirão em todos os departamentos “para esclarecer plenamente as circunstâncias do caso e realizar todas as providências de polícia judiciária cabíveis”.

A corporação ainda afirmou que não existem elementos que comprovem a ocorrência de um sequestro, como teria afirmado o suspeito, em depoimento. As investigações apuram imagens de câmeras de vigilância para rastrear os últimos passos da vítima. Equipes do Departamento de Polícia Técnica (DPT), entretanto, teriam encontrado manchas de sangue no apartamento onde a delegada morava, em Santo Antônio de Jesus.

Suspeito de matar delegada tem passagens policiais

O suspeito Tancredo Neves Feliciano de Arruda já havia sido preso, em maio deste ano, por agressão. Patrícia teve um de seus dedos quebrado pelo companheiro, mas a justiça determinou sua liberação. Ela também solicitou medida protetiva contra ele, porém, reconciliaram-se pouco tempo depois.

Além das prisões por agressão, Tancredo também tem passagem por exercício ilegal da medicina e falsidade ideológica. A Delegacia Territorial de Euclides da Cunha apurou, em 2022, que ele não possuía competência para exercer a profissão. O Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb), confirmou que não há registro em seu nome no banco de dados do órgão.

Informações apontam que ele se formou em medicina fora do país, mas não conseguiu aprovação no Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida). A prova serve como um balizador para validar diplomas de medicina de universidades estrangeiras.

Vítima atuava pela proteção das mulheres

Patrícia Neves, de 39 anos, era natural do Recife, mas atuava como delegada da Polícia Civil da Bahia desde 2016, quando tomou posse. A princípio, atuou na Delegacia Territorial de Barra. Posteriormente, serviu em Maragogipe e São Felipe, antes de ir para Santo Antônio de Jesus, onde atuava como plantonista. Ela era responsável pelo Núcleo Especializado de Atendimento à Mulher no município.

A delegada se formou em Direito na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). A instituição publicou uma nota de pesar se solidarizando com a família da vítima e afirmando que ela “sempre se destacou por sua dedicação, competência e compromisso com a justiça”.

A Delegada-Geral da Polícia Civil da Bahia, Heloísa Campos de Brito, compartilhou o luto com família e amigos. “Um dia de muita tristeza na nossa instituição, com uma trágica perda para todos nós. Estamos dedicando todos os nossos recursos e esforços para dar a resposta necessária a esse crime terrível contra Patrícia Jackes”, declarou.

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