O primeiro dia da greve dos rodoviários, nesta segunda-feira (12), afetou a rotina do comércio do centro do Recife. O movimento paredista também interferiu na volta para casa dos que tiveram de comparecer ao trabalho de todo jeito.
Foi o caso de Carmélia e Sueli, que trabalham em estabelecimentos nos arredores do Mercado de São José. Moradoras da Zona Sul, elas esperam o ônibus no Cais de Santa Rita, que mesmo sendo um ponto central para milhares de passageiros, estava bastante esvaziado no horário de pico, perto das 17h. Elas estavam na parada há cerca de 30 minutos, esperando uma das linhas que podem pegar para voltar para casa. Normalmente, elas pegariam um transporte em dez minutos.
“Péssimo, horrível, pra gente”, disse Carmélia, sobre as condições de espera e distribuição de coletivos nas ruas. “Eles tão certos. Dependesse de mim, eles continuariam, mas quem sofre é a gente”, continuou.
A vinda também não foi das mais fáceis para elas. Moradora do bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, Carmélia pegou uma carona até o bairro do Pina, no Recife, para tentar pegar um transporte para o centro. “Não sei como vai ser amanhã”, lamentou, por fim.
Já Sueli, que mora em Boa Viagem, pegou um ônibus, mas demorou na parada. “Cheguei um pouco atrasada hoje”, afirmou, comparando o pouco tempo de espera nos dias normais.

“Não tiro a razão deles, eles estão certíssimos de lutar pelo [direito]. Porque, coitados, eles merecem. Mas no final da história quem sofre somos nós, os trabalhadores”, finalizou Carmélia.
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Comércio abriu tarde e fechou cedo
A mudança da rotina foi sentida também para fora dos limites da capital pernambucana. A reportagem fez um giro por algumas ruas do centro da cidade, e observou a repetição da manhã. Poucos ônibus nas ruas, e também poucas pessoas transitando. Na Avenida Dantas Barreto, um dos grande corredores comerciais da cidade, muitas lojas fecharam as portas antes do horário normal.
O comércio também sentiu o impacto da greve, que fez com que houvesse menos pessoas circulando no centro. Para Manoel Neto, que trabalha há dez anos em uma loja de reparos de celular na Avenida Dantas Barreto. Ele conta que o movimento foi tranquilo demais para uma segunda-feira. “Foi bem mais parado. Quando eu cheguei logo cedo, já senti o impacto. Sabia que não ia ter grande movimentos. Mas a gente tem que se aventurar, o dia todo”, relatou o comerciante.

“A gente tentou ficar até agora para aventurar. Ainda estava atendendo alguns clientes aqui, mas aí [já estamos] encerrando”, finalizou. A reportagem conversou com Manoel às 16h45, e ele á estava fechando as portas de seu estabelecimento. No entanto, ele contou que costuma encerrar as atividades do dia apenas depois das 17h30.






Rodoviários confirmam continuação da greve
Nas redes sociais, o presidente do Sindicato dos Rodoviários do Recife e Região Metropolitana, Aldo Lima, afirmou que o movimento paredista continua nesta terça-feira (13). “Os trabalhadores deram uma resposta aos desmandos das empresas, dizendo o seguinte: nós não vamos trabalhar. E massivamente, os trabalhadores de todas as empresas não chegaram nas garagens, mostrando de fato a sua força”, disse.
O presidente da categoria confirmou que, às 10h participará de uma audiência no Ministério Público do Trabalho, para tratar as questões dos funcionários da empresa Vera Cruz. Em seguida, às 14h, haverá uma mediação no Tribunal Regional do Trabalho.
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