
Navio brasileiro Barão de Teffé participou das primeiras expedições à Antártica. Foto: Divulgação/Marinha do Brasil
Há 40 anos, o Brasil estabelecia sua base de pesquisa na Antártica, o continente gelado mais ao sul do mundo. Em fevereiro de 1984, iniciava-se a implantação da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), inaugurando desafios ímpares para os exploradores do território inóspito, bem como para a ciência nacional. Essa história será lembrada no simpósio 40 anos do Brasil na Antártica, promovido pela Associação de Pesquisadores e Educadores em Início de Carreira sobre o Mar e os Polos (APECS-Brasil) e pela Escola Superior de Defesa (ESD) do Ministério da Defesa, com o apoio da Association of Polar Early Career Scientists (APECS). O evento começa nesta quarta-feira, 17 de julho, na ESD, em Brasília (DF). A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) participará mostrando 10 anos de contribuição de pesquisas relacionadas à Antártica, com seis mulheres cientistas ligadas à Universidade entre todos os palestrantes.
Especialistas em áreas remotas com experiência

Infográfico de lançamento de cargas de avião feito pela UFSC em parceria com a Aeronáutica. Imagem: Divulgação/Laboratório Fator Humano
Uma das contribuições da UFSC será justamente apresentada com o tema Saúde e segurança para expedições. Em um workshop no sábado, 20 de julho, a médica cirurgiã e especialista em áreas remotas Daniela Silvestre, mestranda do Programa de Pós-graduação em Psicologia das Organizações e do Trabalho da UFSC, e a psicóloga egressa da UFSC Paola Barros Delben, mestre e doutora em Psicologia Organizacional e do Trabalho, falarão sobre métodos de prevenção a acidentes e adoecimentos em expedições. Paola também é professora externa da Pós-Graduação e já participou missões à Antártica, além de manter projeto na área com participação do Laboratório Fator Humano.
Dez anos de pesquisas sobre o continente gelado
Desde 2014, o Laboratório Fator Humano trabalha com parcerias focado em aspectos psicológicos da exploração da Antártica. Naquele ano, foi apresentada ao Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) uma proposta de estudo pioneiro no Brasil, posteriormente também considerado assim no mundo, pelo seu viés focado no fator humano para participar de expedições, de acordo com o material de divulgação do laboratório.
Os pesquisadores da UFSC já estiveram em sete expedições ao continente gelado nesse período, cinco vezes em missões longas durante o verão e duas vezes em voos de inverno. Paola Barros Delben, hoje professora externa da Pós-Graduação da UFSC e colaboradora do laboratório, se tornou a primeira mulher civil a acompanhar um lançamento de cargas do avião Hércules C-130. Em parceria com o Instituto de Psicologia da Aeronáutica, foi desenvolvido um infográfico para segurança dessas operações.